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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Expressão Corporal

“Combinação do movimento com a música”

 

 

As crianças/jovens com Necessidades Educativas Especiais (assim como toda a população de uma forma geral) deveriam efectuar uma abordagem ao nível das Actividades Rítmicas Expressivas (danças), de forma a contribuir para um desenvolvimento físico e mental mais harmonioso (trabalhando a atenção, coordenação, imaginação, comunicação, conhecimento do corpo, etc.).

 

A Expressão Corporal desempenha um papel de extrema importância junto dos alunos que apresentem problemas afectivos, cognitivos e físicos.

 

Nesta actividade, os alunos são encorajados a realizar movimentos com o seu corpo, utilizando uma linguagem corporal muito própria. Esta permite a realização de uma grande diversidade de exercícios como: equilíbrios, saltos, posturas, passos, voltas, etc. Aperfeiçoando técnicas corporais básicas, como: saltar, puxar, correr, rolar, trepar, parar, etc.

 

A esta possibilidade de realizar um amplo número de movimentos, junta-se a capacidade de expressão do corpo. Ou seja, através dos exercícios o aluno pode comunicar (expressando as suas emoções e sentimentos).

 

Para além disto, através dos sons (efectuados com ritmos vocais, batimentos de mãos, etc.) e da música (como suporte da Expressão Corporal) a criança/jovem pode utilizar o corpo para representar ideias e personagens.

 

A Expressão Corporal (Dança ou Actividades Rítmicas Expressivas) pode apresentar nos alunos com Necessidades Educativas Especiais resultados bastante positivos, quer ao nível do domínio motor, cognitivo e sócio-afectivo.

 

Por exemplo:

 

-Nas crianças ou jovens com autismo, pode auxiliar a elevar o seu nível físico e emocional, através de um melhoramento do seu controle motor e expressivo do corpo;

 

-Em crianças ou jovens com paralisia cerebral pode ajudar no desenvolvimento da força, da coordenação, entre outros;

 

-Nos alunos mais inibidos pode apoiar no aumento da sua auto-estima (assim como na integração no grupo).

 

A Expressão Corporal deve ser trabalhada em grupo, através da realização de exercícios de carácter individual, a pares, três a três e pequenos grupos, tendo em atenção as capacidades dos alunos e as suas “limitações”.

 

De uma forma geral a Dança e todas as Actividades Rítmicas Expressivas tem por objectivo combinar deslocamentos, movimentos não locomotores e equilíbrios adequados à expressão de temas e motivos combinados, de acordo com a estrutura rítmica e melodia das composições musicais.

 

É de salientar, que para além de contribuir para uma elevação geral das capacidades e habilidades motoras do aluno, auxilia o seu a desenvolver a cooperação, auto-estima, etc.

 

A música aliada ao movimento desempenha um papel fundamental ao nível do equilíbrio e desenvolvimento do ser humano, contribuindo para o seu bem-estar.

 

Desta forma, podemos concluir que a Expressão Corporal é uma actividade que devido às suas características, pode ser praticada com poucos recursos e em qualquer local (ao ar livre ou em recinto fechado). Esta acção, que combina exercícios de carácter gímnico com a música funciona na maioria das crianças e jovens como um factor motivante para a prática desportiva.

 

Autoria: Prof. António Araújo

Data: 2004

 

 

 

 

O Dicionário Ilustrado

Proposta de Trabalho

 

“Organização de um Dicionário Ilustrado”

 

O Dicionário Ilustrado é uma ferramenta importante no que diz respeito ao desenvolvimento académico da criança ou jovem com Necessidades Educativas Especiais.

 

Auxilia a aprendizagem da Língua Portuguesa e leitura, assim como contribui para um enriquecimento dos conhecimentos gerais.

 

Existem várias formas de organizar um dicionário ilustrado. Por outro lado, podemos optar por criar diversos dicionários (consoante o tema).

 

Exemplo de temas a abordar num dicionário ilustrado:

 

-Acções/Verbos;

-Nomes Colectivos (conjuntos);

-Números (por extenso);

-A Família (os graus de parentesco);

-Adjectivos;

-Antónimos;

-Sinónimos;

-Objectos (como: Material Escolar; Ferramentas; Primeiros Socorros; etc.);

-Sinais de Trânsito;

-Animais;

-Profissões;

-Instituições;

-Comércio;

-etc.

 

Existem numerosos temas que podem ser abordados num dicionário ilustrado. O objectivo é fazer com que o aluno desenvolva a memória visual e efectue a associação da palavra escrita à imagem.

 

O Professor/Educador poderá trabalhar o dicionário na sala de aula de várias maneiras, articulando o mesmo às matérias escolares e às capacidades/ritmos de cada aluno.

 

Este dicionário de imagens pode ser organizado pelos alunos, com auxílio do professor e de acordo com os objectivos traçados.

 

Por outro lado, o dicionário ilustrado também pode ser preparado por um professor, psicólogo ou por outros técnicos de forma a possibilitar a comunicação e permitir aprendizagens (servindo de suporte às sessões).

 

No que diz respeito à organização de uma página, deve-se ter a preocupação de escrever a palavra (ou palavras) em maiúsculas e minúsculas, para facilitar ao aluno o reconhecimento das palavras no dia a dia (que aparecem escritas de diversas formas).

 

No caso de ser o aluno a conceber o dicionário, também é importante que o aluno copie a palavra com a sua letra e se possível realize a ilustração (de modo a personalizar o dicionário ilustrado).

 

O dicionário ilustrado apresenta características próprias que permitem que o aluno trabalhe conteúdos de forma espontânea e natural. Articulando matérias como a Língua Portuguesa, Expressão Plástica, Matemática, Estudo do Meio, etc.

 

À medida que o professor/educador vá ensinando novas palavras, poderá introduzir também a pouco e pouco pequenas frases relacionadas com a mesma (com a palavra ensinada), de modo a acelerar o processo ensino-aprendizagem.

 

Esta actividade poderá ser apoiada pelos Encarregados de Educação (em casa), a fim de auxiliar e acelerar o Processo Ensino-Aprendizagem do aluno.

 

Autoria: Prof. Pedro Santos

Data: 2003

 


O que são "Tiques"

 

Definição/ Características/Tratamento

 

Os tiques são movimentos rápidos e involuntários, geralmente repetitivos e desordenados.

 

Geralmente envolvem os músculos do rosto, pescoço, ombros, braço, produzindo movimentos como piscar dos olhos, contracção da boca, franzir da testa, sacudir da cabeça, encolher os ombros, etc.

 

A maioria dos tiques simples começa durante a infância ou a adolescência.

Alguns investigadores sugerem que os tiques surgem como automatismos nervosos para aliviar a tensão. De um modo geral, estes padrões habituais desaparecem espontaneamente, mas em alguns casos tornam-se persistentes.

 

As pessoas não se apercebem dos seus tiques e com o tempo perdem a capacidade de os controlar. Geralmente intensificam-se com a ansiedade e stress e diminuem ou desaparecem durante o sono ou uma actividade absorvente (como ver TV ou ler).

 

O tratamento médico baseia-se no tipo e gravidade do tique, na sua causa subjacente e no grau em que interfere nas actividades normais da pessoa.

De um modo geral, os insignificantes tiques nervosos das crianças são temporários, pelo que é preferível ignorá-los.

 

Para além do tratamento com tranquilizantes ou outros medicamentos, pode recorrer-se à Meditação ou a Técnicas de Relaxamento (de forma a aliviar o stress e reduzir a frequência dos tiques simples); Treino em “Biofeedback” (em que se aprende a controlar certas reacções neuromusculares, controlando o nervo responsável e as reacções dos músculos); Terapia de Grupo e Aconselhamento Psicológico; Actividades Desportivas (de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida, com saúde e sem stress); entre outros.

 

Autoria: Prof. Pedro Santos

Data: 2004

 

 

 

 

 

Projecto - Clube Desportivo

O CLUBE DESPORTIVO

“Um projecto diferente”

 

INTRODUÇÃO

 

A escola de Ensino Especial poderá criar um Clube Desportivo, como um projecto orientado pelos alunos e dirigido à restante Comunidade Educativa.

 

Esse projecto possibilitará o seu desenvolvimento Físico, Cognitivo e Sócio-Afectivo.

O Clube Desportivo, como associação promotora do desporto, poderá desempenhar um papel fundamental de complemento às actividades escolares.

 

 

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO

 

 

Este projecto – Clube Desportivo – deverá ser dirigido a todos os alunos da Escola de Ensino Especial.

 

O professor ou técnicos responsáveis pelo projecto deverão reunir com alguns dos alunos mais velhos da escola em assembleia (uma turma ou grupo mais avançado).

 

Nessa assembleia, o professor ou técnicos responsáveis deverão explicar aos alunos algumas das finalidades e objectivos do clube desportivo (por exemplo: as suas obrigações; as actividades desportivas que poderão realizar; os cargos a desempenhar, etc.)

 

Antes de colocar os cargos à votação, o professor ou técnicos responsáveis pelo projecto, deverão explicar qual a função de cada um deles.

 

Os cargos do clube desportivo poderão ser diversos:

 

1º Exemplo: Pode ser constituído por: presidente; vice-presidente; tesoureiro; vogais.

 

2º Exemplo: Pode ser constituído por: presidente do futebol; presidente do atletismo; presidente do ténis; etc.

 

3º Exemplo: Pode ser constituído por: responsável pelo núcleo de desportos colectivos; responsável pelo núcleo de desportos individuais; responsável pelo núcleo de desportos alternativos; etc. entre outros.

 

Após a distribuição e votação dos cargos a desempenhar no Clube Desportivo, deverá efectuar-se uma acta dessa reunião de assembleia e explicar aos alunos a utilidade da mesma (como forma de organizar e arquivar os assuntos tratados em reunião).

 

A assembleia de alunos (ou do clube) deverá reunir-se uma vez por semana. Em assembleia, os alunos deverão propor, discutir e organizar as actividades desportivas do Clube.

É necessário que exista um dossier do clube, onde conste: Plano de Actividades; Actas; Estatutos do Clube; Sócios; Fichas de Sócios; assim como todos os assuntos relacionados com o clube.

 

A organização do dossier ficará à responsabilidade dos alunos (onde cada um poderá ser responsável por um assunto).

 

ACTIVIDADES DESPORTIVAS

 

O clube desportivo deverá organizar actividades direccionadas a todos os alunos da comunidade escolar, tendo em conta as suas capacidades e “limitações”, assim como os recursos existentes (físicos, materiais e espaciais).

 

Os alunos poderão programar actividades desportivas diversas, tais como:

 

-         Torneio de desportos de combate;

 

-         Jogos tradicionais;

 

-         Torneio de futebol;

 

-         Dinamização de uma equipa especializada numa modalidade;

 

-         Intercâmbios desportivos com outras escolas;

 

-         Actividades desportivas na praia ou campo;

 

-         Dança;

 

-         Jogos de orientação;

 

-         Corta-mato;

 

-         Entre outras.

 

As actividades programadas no plano de actividades do Clube Desportivo deverão ir ao encontro dos alunos organizadores e das suas motivações. Contudo, o professor ou técnico responsável pelo projecto, deverá elucidar os alunos (pertencentes à assembleia) para a necessidade da promoção de actividades dirigidas a alunos mais jovens ou com capacidades físicas mais reduzidas (de forma a responder a todas as necessidades da escola).

 

O objectivo do clube desportivo deverá centrar-se na promoção de uma diversidade de actividades desportivas, de modo a satisfazer todos os intervenientes nas mesmas.

 

PAPEL DOS DIRIGENTES DO CLUBE

 

Os alunos envolvidos no Clube (que serão os mais velhos da escola de ensino especial), deverão desempenhar funções ao nível da organização e dinamização do mesmo, tais como: angariação de sócios; realização de cartazes; produção de cartões de sócios; realização de diplomas e certificados de participação; coordenação das actividades desportivas (árbitros, juízes, staff, etc.); participação na assembleia; entre outras.

 

APOIOS FINANCEIROS E OUTROS

 

O Clube Desportivo deverá ser sempre orientado por um professor ou técnico que auxilie os alunos.

O Clube Desportivo poderá procurar apoios junto da Câmara Municipal ou Junta de Freguesia local, assim como junto de Instituições Privadas, de forma a comprar material desportivo como: bolas, equipamentos, raquetas, colchões, etc.

 

Poderá ainda angariar dinheiro através da venda de rifas; venda de um boletim informativo do clube; cotas de sócios; etc.

 

A busca de apoios poderá contribuir para o aumento do património do clube, assim como para o desenvolvimento dos alunos ao nível da autonomia, imaginação, criatividade (procurando e pensando em estratégias, de modo a reunir apoios).

 

OBJECTIVOS

 

Os objectivos de um projecto deste género poderão ser diversos:

 

-Promover o desporto;

 

-Elevar as capacidades e habilidades motoras dos alunos;

 

-Possibilitar a especialização numa modalidade desportiva;

 

-Proporcionar vivências desportivas aos alunos;

 

-Promover a competição;

 

-Desenvolver a autonomia;

 

-Elevar a comunicação;

 

-Desenvolver a imaginação;

 

-Entre outros.

 

VARIANTES DO CLUBE DESPORTIVO

 

Numa Primeira Instância, o clube desportivo deverá atender e responder às necessidades da escola e dos seus alunos. Promovendo actividades lúdicas, de modo a proporcionar vivências desportivas.

 

Todavia, e para além das actividades realizadas para os alunos da escola, poderá pensar-se numa Segunda Instância na realização de intercâmbios desportivos com outras escolas, de modo a possibilitar a troca de experiências e saberes; assim como, alargar o clube e o desporto para além da escola.

 

Numa Terceira Instância, o clube poderá debruçar-se na realização de eventos desportivos de maior dimensão, através de protocolos com Câmaras Municipais; Juntas de Freguesia; Instituto da Juventude; etc. De forma a proporcionar aos alunos experiências desportivas de maior destaque, assim como projectar o clube para o exterior (comunidade envolvente).

Numa Quarta Instância, o clube poderá especializar-se numa ou mais modalidades desportivas, participando em torneios e campeonatos escolares, de outros clubes ou a um nível concelhio.

 

O Clube Desportivo deverá ser orientado por um professor ou técnico responsável, que auxilie os alunos ao nível da organização e planificação deste tipo de actividades.

Este projecto – Clube Desportivo – poderá ser uma actividade possível de realizar em qualquer Escola de Ensino Especial ou do Ensino Regular.

Com o empenho de todos os intervenientes da Comunidade Educativa produzirá resultados bastante positivos a curto prazo.

Autoria: Prof. Pedro Santos

Data: 2004

 

Projecto - Centro de Recursos

Um projecto para alunos com Nee

 

Introdução

 

A saída da escola e consequente inserção profissional dos jovens é um problema que diz respeito a todos, inclusive dos alunos que concluem o ensino superior.

 

Naturalmente, as dificuldades de inserção no mercado de trabalho tornam-se difíceis para os jovens com Necessidades Educativas Especiais, assim como para aqueles que não concluem com sucesso a escolaridade básica.

 

 

Este é um problema de toda a sociedade e não deverá ser só a escola a resolvê-lo, devendo para isso contar com a participação de todos, nomeadamente: Encarregados de Educação, Autarquias, Juntas de Freguesia, Institutos Públicos, Empresas, entre outros.

 

Contudo, é obrigação da escola adequar os programas às necessidades de cada aluno, preparando-os para se adaptarem ao mundo exterior de uma forma mais eficiente e produtiva.

 

Deste modo, iremos apresentar em seguida um projecto que poderia ser implementado em escolas do ensino regular ou em escolas de ensino especial denominado – Centro de Recursos – no sentido de dar resposta às necessidades dos alunos (adaptando alguns programas educativos e currículos de modo a possibilitar aos mesmos um ensino mais adequado através da aquisição de novas competências e vivências) e da própria escola.


Centro de Recursos

 

 

Introdução:

 

A criação de um Centro de Recursos teria como objectivo auxiliar o Processo Ensino-Aprendizagem.

 

Serviria alunos, professores e restantes técnicos no sentido de possibilitar uma maior oferta no que diz respeito a novos suportes, novos meios de ensino e até de aprendizagem.

 

Valências do Centro de Recursos:

1-     Biblioteca/Ludoteca;

 

2-     Reprografia;

 

3-     Centro de Estudos;

 

4-     Informática/Audiovisuais.

 

1-    Biblioteca/Ludoteca

 

O Centro de Recursos seria apetrechado de livros, jogos, e outros materiais que serviriam para consulta, investigação, pesquisa, realização de trabalhos, etc.

 

Com um conjunto de livros de diversas temáticas (tais como, livros infanto-juvenis, livros escolares, livros técnicos, revistas, entre outros); assim como jogos destinados à utilização por parte dos alunos e por parte dos restantes técnicos da escola ou instituição (jogos lúdicos, psicomotores, etc.).

 

Esta valência do Centro de Recursos seria orientada por dois ou mais alunos com Nee em regime de Pré Formação que seriam responsáveis pela gestão do espaço, nomeadamente pela inventariação dos livros e jogos, organização da biblioteca e preenchimento das fichas de requisição, entre outras tarefas.

 

Este método de organização respeitaria os seguintes passos:

 

1-     Selecção dos livros por temas;

 

2-     Preenchimento da folha de caracterização da obra (folha de caracterização e de requisição);

 

3-     Colagem de autocolante colorido na lombada;

 

4-     Carimbo da escola nos livros;

 

5-     Distribuição dos livros pelas prateleiras de acordo com o tema.

 

 

2-    Reprografia

 

 

Este Centro de Recursos, poderia possuir uma máquina fotocopiadora que estaria ao serviço da escola e dos seus técnicos.

 

Neste caso, o objectivo seria formar alguns alunos com as competências básicas para a realização de actividades relacionadas com esta área. Para que futuramente, a reprografia do Centro de Recursos pudesse funcionar de forma organizada e funcional, onde os alunos efectuariam fotocópias A3 e A4 (reproduções, ampliações, reduções) através da requisição atempada dos funcionários da escola.

 

Este espaço deverá servir a escola, realizando cópias de circulares, fichas de trabalho para as salas, jornais escolares, etc.

 

Com o tempo e de acordo com o sucesso do projecto poderá pensar-se em alargar este serviço à comunidade envolvente.

 

 

3-    Centro de Estudos

 

O Centro de Estudos iria ocupar no Centro de Recursos um espaço de destaque, incluindo:

 

1-     Biblioteca Científica (uma biblioteca com livros, brochuras, vídeos, CDs, entre outros acerca das problemáticas relacionadas com o Ensino Especial);

 

2-     Arquivo de ficheiros (um arquivo que compreenderá cópias de documentos diversos produzidos pela escola, nomeadamente panfletos, brochuras, jornais escolares, entre outros, assim como um arquivo de fichas escolares de trabalho organizadas por área e nível de escolaridade);

 

3-     Departamento editorial (responsável pela edição e produção de panfletos, brochuras, livros, estudos e outras publicações de carácter cientifico concebidas por professores, educadores e outros técnicos da escola).

 

 

4-      Informática/Audiovisuais

 

 

O Centro de Recursos estaria apetrechado com computadores que se destinariam sobretudo aos alunos, mas também aos funcionários da escola.

 

Neles os alunos em regime de Pré Formação poderiam realizar algumas tarefas, como: realização de textos científicos organizados pelos professores e outros técnicos, circulares internas e externas, ofícios, documentos de trabalho, etc.

 

Os restantes alunos beneficiariam da utilização dos computadores de acordo com a indicação dos técnicos responsáveis, ou então em horários sem actividades lectivas (como por exemplo antes ou depois das actividades lectivas).

 

Os professores e restantes técnicos, poderiam utilizar os computadores para a realização de trabalhos de investigação, fichas e relatórios escolares, assim como para integrar a utilização dos mesmos nas actividades lectivas da sua sala de aula (ou seja, com os seus alunos).

 

Esta sala teria ainda: máquina de escrever, televisão, rádio gravador, DVD e vídeo. Estes objectos poderiam ser utilizados pelos professores e técnicos da escola, requisitando-os para trabalhos na sala de aula ou simplesmente poderiam ser utilizados no Centro de Recursos para outras actividades.

 

No Centro de Recursos teríamos também um arquivo de CDs, DVDs, vídeos e slides que estariam à disposição de todos os alunos, professores e técnicos da escola.

 

 

Objectivos do Centro de Recursos:

 

1- Servir os alunos da escola;

 

2- Ser um posto de trabalho/estágio para os alunos;

 

3- Servir de suporte a professores e restantes técnicos da instituição;

 

4- Outros.

 

 

1-      Servir os alunos da escola:

 

Este Centro de Recursos deverá servir os alunos da escola de uma forma geral, com o objectivo de proporcionar uma melhor qualidade de ensino, respondendo às necessidades dos mesmos assim como incutir hábitos de leitura, de estudo, de pesquisa, de investigação, ou simplesmente servir como um espaço de suporte lúdico e recreativo ao Processo Ensino-Aprendizagem.

 

2-       Ser um posto de trabalho/estágio para os alunos (ao nível da):

 

 

-Pré Formação – O Centro de Recursos poderia ter dois alunos em regime de Pré Formação que desenvolverão actividades ao nível da gestão e organização do mesmo. De forma a desenvolver competências nos alunos nas áreas de Auxiliar de Biblioteca e Auxiliar de Assistente Administrativo (tirar fotocópias, gestão do espaço, supervisionar a requisição de livros e de outros materiais, etc.).

 

-Área Vocacional – Para além dos alunos integrados no regime de Pré Formação, este espaço deveria servir também para que alguns dos restantes alunos experimentem as actividades de gestão/organização do Centro de Recursos em regime de Área Vocacional. Isto é, efectuando uma experimentação/sensibilização de forma a proporcionar novas vivências para a escolha de uma futura Pré Formação.

 

 

3-      Servir de suporte a professores e restantes técnicos da instituição:

 

Este espaço deveria servir também para os funcionários da escola, quer seja ao nível pessoal (para a preparação das actividades lectivas ou outras) ou simplesmente incluindo o Centro de Recursos como um local para a realização das suas actividades lectivas.

 

4-      Outros:

 

Futuramente e de acordo com o sucesso da implementação do projecto, este espaço poderia ser aberto à comunidade envolvente. Dando a conhecer à mesma a biblioteca, o arquivo de ficheiros, a reprografia, a biblioteca cientifica, etc.

 

Podendo vir a ser, quem sabe, um local de encontro e de investigação acerca das problemáticas relacionadas com a Educação Especial (destinado a alunos, professores, psicólogos e outros técnicos).

 

 Funcionamento:

O Centro de Recursos seria orientado por dois professores e por dois ou mais alunos que seriam responsáveis pela organização, gestão e funcionamento do mesmo.

 

Este espaço deveria funcionar diariamente, de forma a ser o mais útil possível ao Processo Ensino-Aprendizagem.

 

Seria efectuado um mapa de actividades e um horário de funcionamento, tendo em conta as necessidades da escola, de modo a proporcionar uma melhor organização e uma utilização da sala mais eficaz.

 

Para além disto, o Centro de Recursos deveria ter uma programação anual das actividades a realizar ao longo do ano lectivo, para efectuar um melhor paralelismo entre o Plano Anual de Actividades e o Projecto Educativo da escola.

 

Apoios

Para adquirir livros, CDs, e outros materiais didácticos os professores poderiam organizar os alunos em grupos para contactar por carta ou por mail, editoras, embaixadas, institutos públicos, associações não governamentais, empresas, entre outros. Desta forma, alunos poderiam ver o seu trabalho reconhecido e valorizado, assim como aumentar a capacidade de comunicação e auto-estima.

Um projecto ao alcance da maioria das escola do ensino regular e das instituíções de educação especial.

 

Autoria: Prof. Pedro Santos

Data: 2005

 

 

 

 

 

Sindrome X - Frágil

Causas/Características/Aprendizagem

 

Introdução

 

O síndrome X-Frágil afecta o desenvolvimento intelectual e o comportamento dos homens e mulheres.

 

O nome X-Frágil deve-se a uma anomalia causada por um gene defeituoso localizado no cromossoma X. O cromossoma X está presente no par de cromossomas que determina o sexo (XY nos homens e XX na mulheres). Desta forma, neste síndrome, a fragilidade do cromossoma X causa um conjunto de sintomas e sinais clínicos que afectam também a área intelectual e cognitiva.

 

Características Físicas e Comportamentais

 

As características físicas e comportamentais do X-Frágil são muito heterogéneas e diversas.

 

Na infância podem ser comuns as manifestações de hiperactividade e de timidez. O síndrome X-Frágil no que diz respeito às dificuldades de aprendizagem, pode ser manifestado em diferentes níveis ou graus, tais como: moderado, severo, etc.

 

Durante o percurso escolar podemos verificar características, como a falta de atenção, dificuldades de aprendizagem, imitações, discurso repetitivo, agressividade, entre outros.

 

Na puberdade há uma tendência para o isolamento social, podendo por vezes chegar à depressão.

 

As características físicas (que variam consoante a idade) são nesta fase: predominância de faces alongadas, hipersensibilidade das articulações, testículos aumentados, dificuldade em sustentar o olhar, aumento da agressividade, etc.

 

O síndrome X-Frágil pode atingir vários membros de uma mesma família, sem revelar características físicas marcantes.

 

Os sinais e sintomas do X-Frágil podem ser semelhantes a outros casos de atrasos e distúrbios gerais de desenvolvimento, necessitando de confirmação através de exame genético.

 

Este síndrome pode afectar famílias de todas as raças e grupos, étnicos, sendo mais comum nos homens do que nas mulheres.

 

Intervenção Educativa

 

O tipo de intervenção efectuado ao nível da aprendizagem no aluno com X-Frágil, deve resultar de um trabalho conjunto entre:

 

 -Encarregados de Educação;

 

 -Professores / Educadores;

 

 -Psicólogos;

 

 -Médicos;

 

 -Técnicos;

 

 -Outros Funcionários.

 

Deve assentar numa fase inicial, na Estimulação Global e posteriormente numa abordagem Escolar e Académica, de forma a elevar qualitativamente a:

 

-Cognição;

 

-Autonomia Pessoal e Social;

 

-Comunicação;

 

-Domínio Sócio-Afectivo;

 

-Domínio Sensorial / Perceptivo;

 

-Psicomotor;

 

-etc.

 

É de extrema importância que o aluno com X-Frágil (tendo em conta o seu grau) beneficie de actividades tais como a Educação Física ou Expressão e Educação Físico-Motora, a Psicomotricidade, ou inclusivamente a abordagem de um desporto específico (de grau recreativo ou competitivo) como a natação, desportos de combate, desportos colectivos, etc. Contribuindo para um desenvolvimento físico e intelectual mais harmonioso e saudável.

 

As crianças e jovens com X-Frágil deverão também usufruir de áreas onde se desenvolvam actividades de: Expressão Dramática, Expressão Musical, Artes Plásticas, entre outras. Apoiando o Processo de Ensino-Aprendizagem de uma forma mais eficaz e consequentemente contribuindo para uma evolução ao nível da Autonomia, Cognição, Comunicação, etc.

 

O aluno deve beneficiar de sessões de Apoio Psicológico, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional, se necessário.

 

O aluno com X-Frágil deve estar integrado numa Escola Regular ou Instituição de Ensino Especial, onde conviva com crianças e jovens de vivências e problemáticas diferentes, de modo a impedir o isolamento e possibilitar uma melhor adaptação. 

 

Na sala de aula, nos gabinetes técnico especializados, assim como em todos os espaços onde o aluno realize actividades, as condições de trabalho devem ser as ideais (materiais, espaciais e humanas) e os grupos de alunos devem ser reduzidos (de modo a possibilitar um maior acompanhamento e individualização do ensino).

 

Ao nível académico, deve existir uma preocupação em “avançar” ao máximo no domínio das aquisições ao nível da escolaridade, assim como efectuar um trabalho de manutenção de todos os conhecimentos já adquiridos.

 

Numa fase mais avançada, o jovem aluno deve ser orientado para estágios e unidades de pré-formação, tendo em conta as suas capacidades, as suas motivações, o seu desembaraço, proporcionando-lhe os conhecimentos e competências básicas para uma futura integração na vida activa.

 

Para que haja um maior sucesso do Processo Ensino-Aprendizagem, é fundamental o diálogo entre todos os intervenientes na educação do aluno (Professores, Técnicos e Encarregados de Educação), de forma a possibilitar uma maior qualidade da Intervenção Educativa.

Autoria: Prof. Pedro Santos

Data: 2003