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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Consultório de Dra. Ana Marisa Brito - Entidade Parceira da apie no Algarve

Este consultório, da responsabilidade da Drª Ana Marisa Brito, oferece uma diversidade de serviços, tais como: 

Acompanhamento e Avaliação Psicológica de Crianças, Adolescentes, Adultos e Seniores; Apoio Psicológico; Problemas de Aprendizagem, Comportamentais e de Desenvolvimento; Distúrbios Alimentares; Toxicodependência; Violência Doméstica; Orientação a Pais ou Encarregados de Educação; Orientação Vocacional; Sessões de Hipoterapia; Sessões de Terapia Assistida Por Animais. 


CONSULTAS: Horário: 2ªs, 3ªs,5ªs,6ªs-Feiras e Sábados, hora estabelecida após marcação por telefone. Desconto de 20% nas consultas de 2ªFeira. Marcação de consultas deverá ser efectuada por telefone.


Consultório em Portimão (perto das Finanças):

Rua Comandante Carvalho Araújo, Lote 25, 1ºF

8500 - 582 Portimão

Telefone: 282484126

Telemóvel: 96 354 63 64

Fax: 282482061 

Email: anamarisabrito@gmail.com


 

Adaptações Curriculares

Há relativamente pouco tempo, “Ana”, uma jovem, falou-me do seu desejo de fazer o 12º Ano. “Ana” nasceu cega e frequentou sempre “ a escola para todos”, ou seja, a dita escola inclusiva, mas tem apenas o 10º ano de escolaridade. “Ana” contou-me que o seu percurso escolar não foi fácil devido à sua deficiência e à falta de apoio por parte da escola. Desistiu do seu sonho de continuar a estudar quando, perante as dificuldades que começou a sentir ao iniciar o 11º ano, os professores lhe disseram que iria ser muito difícil ela conseguir fazer algumas disciplinas devido à falta de bases não adquiridas nos anos lectivos anteriores. “Ana” sabia que lhe haviam sido feitas “adaptações curriculares” durante esses anos e sentia-se revoltada por considerar que aquela medida a devia ter ajudado e não impedido de continuar a ter sucesso escolar.

“Ana” foi aluna da “escola para todos”, a escola que pressupõe a gestão curricular flexível que permite ajustar o currículo nacional ao contexto de cada escola, de cada turma e de cada aluno em particular. Flexibilizar o currículo não é ficar preso a conteúdos predefinidos, a ritmos e estilos de aprendizagem rígidos, mas sim adaptar os conteúdos, ritmos e estilos de aprendizagem às condições concretas de cada grupo de alunos ou a cada aluno individualmente. A aprendizagem acontece quando os discentes estão activamente envolvidos na construção do sentido que para eles têm as suas próprias experiências, num quadro comum de actividades e objectivos, pois como diz o provérbio chinês: “Diz-me e eu esquecerei, ensina-me e eu lembrar-me-ei, envolve-me e eu aprenderei.”

“Ana”, como tantas outras “Anas” que frequentam actualmente o nosso sistema de ensino, foi uma aluna com Nee’s de carácter prolongado. As adaptações curriculares para estes alunos devem ter em conta as suas capacidades, o seu potencial e grau de desenvolvimento em vez de se centralizarem nas suas deficiências e/ou limitações. Por outro lado, devem partir sempre de um menor para um maior afastamento do currículo comum, isto é, de adaptações ligeiras em termos de organização e disposição do espaço, passando por adequações ao nível das estratégias e actividades a desenvolver, dos recursos educativos, dos momentos, formas e critérios de avaliação a utilizar e a estruturação do tempo dedicado às aprendizagens antes de chegar às adequações mais profundas ao nível dos objectivos e conteúdos que implicam alterações significativas no currículo comum, podendo traduzir-se na introdução de outros objectivos e conteúdos, tornando-se, por vezes, necessário recorrer a outro tipo de currículo, nomeadamente ao designado “currículo alternativo” conforme a alínea i) do DL 319/91 de 23 de Agosto.

É importante que cada um de nós não esqueça que as adaptações curriculares não significativas não devem prejudicar o cumprimento dos objectivos gerais do Ciclo nem a aquisição das competências essenciais de que o aluno necessita para cumprir com sucesso o seu percurso escolar.

Só assim poderemos ajudar as “Anas” que nos vão aparecendo nas turmas que todos os anos leccionamos. 

Paula Silva (Professora)