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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Inclusão

Os sistemas educativos comuns têm pautado a sua actuação pelo organizar de actividades comuns para um grupo alvo normalizado.

Apesar de sempre presente a pessoa com deficiência nem sempre foi aceite nem considerada como cidadão com direitos e deveres, um elemento participativo na sociedade. Várias têm sido as perspectivas de entender e acolher as pessoas com características diferentes. É ainda muito recente o movimento de mudança de mensalidades e práticas no sentido de respeitar as pessoas com deficiência como cidadãos de plenos direitos.

Nos meados dos anos 50, nos Estados Unidos, começou a ser contestada a segregação de crianças com deficiência em escolas especiais. Esta discussão alargou-se a outros países e até ao aos inícios dos anos 90, desenvolveu-se o conceito de integração e atendimento, no sistema de ensino regular, aos alunos com necessidades educativas especiais. Este novo modelo que perspectiva a educação de todos, atende o aluno conforme as suas características. A responsabilidade pela criança com NEE deixa de ser exclusivamente das instituições do professor do ensino especial pois qualquer professor pode encontrar estas crianças na sua turma dita “regular”. Há responsabilidades compartilhadas pelo professor do regular, o professor do ensino especial, a direcção escolar, a equipe pedagógica, o psicólogo, os terapeutas, os pais e outros membros da comunidade.

Mas a operacionalização deste conceito não respondeu a todas as expectativas pensadas. Espera-se a adaptação dos alunos ao sistema vigente. Quando tal não se verifica ou perante uma deficiência concreta, diagnostica-se os problemas da criança com vista à intervenção especializada a cargo de técnicos e/ou professores de apoio. Pressupõe-se que a escola e as estratégias educativas, tais como existem, não necessitam de promover alterações para atender a generalidade dos alunos, não identificados como tendo essas necessidades.

Escola inclusiva

Durante a década de 90 e durante estes primeiros anos do novo milénio, compreendeu-se que a sociedade, as instituições e o sistema educativo continuam a ser discriminatórios e a não conseguir respostas em relação a grande número de crianças. Algo mais há a fazer para além de se perceber as problemáticas da criança e de lhes tentar responder de forma especifica e isolada. Considerando que as barreiras à aprendizagem podem ter origens muito variadas, continua-se na procura de uma melhoria real e equitativa.

A educação inclusiva surge como orientação a adoptar. Incluem-se todas os que pelas suas características e singularidades se tornam diferentes ou iguais aos outros, abarcando todas as características mais ou menos próximas da “norma” em determinado contexto. Defende-se, não o salientar da diferença mas a igualdade de direitos de cada um, criança, jovem ou adulto, com capacidades de aprendizagem próprias.

A aprendizagem tem que deixar de ser vista como o acumular de conhecimentos e ser entendida como os processos de experimentação, de consideração, simbolização e de descoberta que cada um realiza face a uma situação. A escola é de todos e para todos, há que criar novas soluções reinventar a escola. A aprendizagem vai-se adaptar a cada criança e todos beneficiarão de um ensino mais centrado em cada um, em vez de desenhado para a maioria, como tradicionalmente acontecia.

Para tal tem que se repensar a organização escolar, os currículos, as estratégias pedagógicas, a utilização dos recursos e a cooperação com a comunidade. A garantia destas escolas resulta não só da atitude e trabalho dos professores mas de cooperação entre estes e os pais, auxiliares e outro pessoal e os alunos como ponto central.

Joana Barbosa (Educadora)