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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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Musicoterapia e comunicação

Falar de musicoterapia é falar de comunicação, de uma alternativa para que o ser humano percorra um caminho em busca do auto conhecimento e reencontre seus sentimentos, suas raízes e sua história.

Resgate sua memória.

A musicoterapia é uma psicoterapia que permite, através dos sons, da música, dos gestos, dos instrumentos musicais, do silêncio e de todos os demais elementos da comunicação analógica, a descarga afectiva e a elaboração de experiências materno-paterno infantis que não puderam ser vivenciadas de forma adequada por algum motivo, devido às circunstâncias daquela etapa evolutiva do indivíduo.

Comunicação analógica, segundo Paul Watzlawick em sua publicação Pragmática da Comunicação Humana (1998), é toda comunicação não-verbal e abrange postura, gestos, expressão facial, inflexão da voz, sequência, ritmo e cadencia das próprias palavras, assim como pistas comunicacionais infalivelmente presentes em qualquer contexto em que uma interacção ocorra.

Quando falamos musicoterapia, obrigatoriamente nos remetemos à comunicação analógica.

Bridwhistell postula que, em uma conversação normal entre duas pessoas, os componentes verbais (palavras) somam menos de 35% do significado social da situação, enquanto que 65% do significado social encontram-se no não-verbal.

Todo o trabalho musicoterapêutico se sustenta na história não-verbal de cada pessoa, ou seja, nas experiências analógicas que envolveram o indivíduo, desde sua concepção até o momento em que começa o tratamento musicoterapêutico.

Essas experiências não-verbais são fundamentais no processo de formação da personalidade e dos modos de comportamento e comunicação desse indivíduo.

Durante a interacção não-verbal entre terapeuta e paciente, se estabelece um vínculo criativo em que as histórias não-verbais se entrelaçam e formam uma identidade única e particular daquela relação terapêutica.

O verdadeiro ato de comunicação durante uma sessão de musicoterapia se estabelece quando ambos reconhecem sua história não-verbal e a compartilham.

É nesse vínculo não-verbal que se desenvolvem a repetição, a reformulação e a reestruturação de vivências afectivas e emocionais que possibilitam ao indivíduo um processo de auto conhecimento, organização psíquica e consequente melhora da qualidade de vida.

O prazer que o indivíduo obtém da comunicação quando ela funciona bem, constitui a força motriz que o induz a se relacionar com o outro.

A comunicação gratificante é a pedra angular da saúde mental.

 

Louisiana Passarini e Wanderley A. Junior

Musicoterapeutas do Centro de Musicoterapia Benenzon Brasil