Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Titulo: Contributos para o Estudo da Deficiência Mental
Autoria: Ana Marisa Brito (Psicóloga); José Santos (Professor); Pedro Santos (Professor)
Prefácio: Márcia Andrea
Prefácio Científico: René Schubert (Psicanalista - Brasil)
Edição: cerfapie - Centro de Recursos e de Formação da apie
Ano: 2007
Caracteristicas: 53 páginas (frente e verso) A4 encadernadas com espiral
Contacto: edif@sapo.pt
Titulo: Repensar a Formação na Educação Especial (Projecto de Reestruturação da Formação)
Classificação: Doc. interno de trabalho/Sebenta de Sensibilização e de Formação
Autoria: Pedro Santos (Professor)
Prefácio: Paulo Simão
Metodologia: Investigação iniciada em 2003 e implementada de 2004 a 2006
Edição: cerfapie - Centro de Recursos e de Formação da apie
Ano: 2007
Caracteristicas: 82 páginas (frente e verso) A4 encadernadas com espiral
Contacto: edif@sapo.pt
É feito através de medicamentos que evitam as descargas eléctricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas.
Você deve lembrar que os medicamentos para as crises não têm efeito imediato. Portanto, não adianta usar o medicamento só por ocasião das crises ou sem acompanhamento médico.
O tratamento costuma ser longo e implica em muita força de vontade do paciente, a fim de se chegar ao controle das crises.
Os medicamentos normalmente necessitam ser ingeridos a cada 8,12 ou 24 horas, dependendo da medicação prescrita. Tomar os medicamentos na quantidade e na hora indicada pelo médico é um dos passos importantes para obter sucesso no tratamento.
A consulta periódica ao médico permite que a quantidade de medicamentos seja ajustada à necessidade individual, além de possibilitar a identificação de factores que possam estar contribuindo para o aumento das crises (factores desencadeantes) e, também, para a verificação dos efeitos colaterais que às vezes aparecem com o uso dos medicamentos. Esses efeitos não costumam interferir nas actividades diárias, mas, caso isso ocorra, é necessário a orientação médica.
É importante lembrar que a falta de controle das crises epilépticas pode ocorrer porque as pessoas esquecem de tomar os medicamentos, ou suspendem o remédio abruptamente sem orientação médica, ou outras vezes podem estar fazendo a "experiência" de parar o medicamento imaginando-se já curadas. Essas condutas levam ao fracasso do tratamento.
Por fim, colocamos aqui algumas regras importantes para o sucesso do tratamento:
EFEITOS ADVERSOS DAS DROGAS EPILÉTICAS
Todos os medicamentos (não só os utilizados em epilepsias) podem causar efeitos colaterais. Esses efeitos costumam ser leves e desaparecer em seguida. Quais são esses efeitos?
Os medicamentos anticonvulsivantes bloqueiam a acção das vitaminas.
Verifique se o que você está sentindo realmente pode ser devido ao uso da medicação, ou se há outro evento que justifique seus sintomas. Procure seu médico se esses efeitos persistirem, para que se estabeleça a relação de causalidade entre o surgimento do sintoma e o uso da medicação.
Não suspenda ou altere a dose do medicamento sem conversar com seu médico.
Pode ocorrer interferência da acção dos medicamentos entre si, antiepiléticos ou não. O uso de qualquer medicamento deve ser feito apenas com orientação médica.
Lembre-se nem tudo o que você sente de estranho é efeito adverso dos medicamentos.
EFEITOS COLATERAIS DOS MEDICAMENTOS
VIGABATRINA
SABRIL®
A Vigabatrina é eficaz para crises parciais simples e complexas em adultos e crianças, com ou sem generalização secundária 49%. Seu efeito é, entretanto, maior nas crises parciais do que na generalização secundária. Sua eficácia para estes tipos de epilepsia foi demonstra tanto como droga adicional 49% como em monoterapia 50%, 51% em adultos e crianças em estudos com longo seguimento 52%. Na maior parte dos ensaios, Vigabatrina foi comparada a placebo 53% ou à Carbamazepina. Em alguns ensaios, a Vigabatrina foi melhor tolerada em virtude da sedação causada pela Carbamazepina. O controle das crises por ambas as drogas não apresentou diferenças significativas na maior parte dos trabalhos.
Em um ensaio clínico, o número de pacientes livres de crise foi de 58% para Carbamazepina contra 38% para Vigabatrina 51%. As evidências de eficácia favorecem a Carbamazepina, não podendo a Vigabatrina, portanto, ser indicada como droga de primeira linha em monoterapia. Estudos com monoterapia em crianças também demonstram que a eficácia da Vigabatrina e Carbamazepina é similar ou favorece a Carbamazepina 54%. Em um estudo randomizado duplo cego 55%, Vigabatrina foi comparada à Gabapentina como droga adicional para controle de epilepsia parcial refratária: a diferença de pacientes livres de crises foi inexpressiva e três pacientes tratados com Vigabatrina tiveram perturbações de campos visuais.
A Vigabatrina é eficaz para tratamento da Síndrome de West (espasmos infantis), tanto idiopática como criptogênica (etiológias não diagnosticadas ou facilmente reconhecidas), associado à esclerose tuberosa. Nesta situação, chegou a ser considerada como primeira escolha 56%, 57% entretanto, devido a estudos posteriores terem demonstrado uma relação com retracção dos campos visuais, passou a ser uma opção terapêutica, e não mais primeira linha. Foi indicada, também, como droga adicional de primeira escolha após recidiva (reincidência) em pacientes tratados com ACTH 58%.
Principais efeitos adversos incluem: Hematológicos: diminuição das células vermelhas do sangue; Gastrointestinais: constipação, secura na boca, náuseas, vómitos, dor de estômago; Sistema Nervoso Central: tontura, dor de cabeça, depressão, confusão, nervosismo, dificuldade de concentração, sonolência, cansaço; Diversos: ganho de peso, crescimento da gengivas, visão dupla, reações alérgicas de pele.
Vigabatrina é um inibidor irreversível da enzima GABA transaminase; exerce sua acção antiepiléptica pelo aumento da disponibilidade do GABA nas sinapses do Sistema Nervoso Central 48.
LAMOTRIGINA
LAMICTAL®
Indicações Terapêuticas: Adultos e crianças a partir de doze anos: Lamictal® é uma droga antiepilética indicada como adjuvante ou em monoterapia para o tratamento de crises convulsivas parciais e crises generalizadas, incluindo crises tônico-crônicas. Não se recomenda o tratamento inicial em esquema de monoterapia, em paciente pediátricos com diagnóstico recente. Após o controle epiléptico ter sido alcançado, durante terapia combinada, drogas antiepiléticas (DAEs) concomitantes geralmente podem ser retiradas, substituindo-as pela monoterapia com o Lamictal®.
Reacções adversas: Distúbios da pele e tecidos subcutâneos. Existem relatos de reacções adversas dermatológicas que geralmente têm ocorrido nas primeiras oitos semanas após o início do tratamento.
Precauções: A administração de Lamictal® não deve ser administrado a pacientes que estejam sendo tratados com outra formulações contendo lamotrigina sem recomendação médica. É contra-indicado em indivíduos com conhecida hipersensibilidade à lamotrigina ou a qualquer outro componente da formulação.
ÁCIDO VALPRÓICO
DEPAKENE® - (ABBOTT) / VALPAKINE® - (SANOFI)
Reações adversas: Hepatotoxicidade grave ou fatal (risco maior em crianças que recebem outros anticonvulsivos simultaneamente), alterações intestinais, diarreia, tremores, náuseas, vómitos, erupções cutâneas, hemorragias ou hematomas por trombocitopenia ou inibição da agregação plaquetária, sonolência.
Precauções: A administração de Ácido Valpróico requer cuidados, especialmente nas crianças (maior risco de desenvolver hepatotoxicidade grave), na presença de discrasias sanguíneas, doença cerebral orgânica, doença hepática e disfunção renal. Deve ser empregado com cautela nos casos que requerem qualquer tipo de cirurgia, tratamento dental ou de emergência, devido ao possível prolongamento do tempo de sangria.
NITRAZEPAM
NITRAZEPOL®
O nitrazepam é um derivado benzodiazepínico capaz de induzir um sono semelhante ao fisiológico, que dura de 6 a 8 horas. O despertar é suave, diferindo do sono produzido pelos barbitúricos e por outros hipnóticos. O nitrazepam é completamente absorvido após administração oral. Liga-se fortemente às proteínas plasmáticas. É metabolizado no fígado principalmente por nitro-redução e acetilação. Sua principal via de eliminação é a urinária. Atravessa a barreira placentária e pode ser detectado no leite materno.
Reações adversas: boca seca, descoordenação motora, esquecimentos, dor de cabeça, zumbidos.
VITAMINAS
PIRIDOXINA
(VITAMINA B6 )
A deficiência grave de vitamina B6 provoca diversos sintomas: dermatite seborreica, anemia hipocrômica, várias formas de neurite periférica e convulsões de origem cerebral com alterações do EEG.
Durante a gravidez e o período de lactação, quando se tomam preparados anticoncepcionais e quando se recebe uma terapêutica com antagonistas da vitamina B6 (isoniazida, penicilamina), verifica-se um aumento das necessidades deste tipo de vitamina.
Para tratamento dos sintomas gerados por uma deficiência de vitamina B6 e do aumento das necessidades, costuma ser suficiente a administração diária de 20-450 mg de vitamina B6 por via oral.
BIOTINA
(VITAMINA B8 )
A biotina desempenha um papel fundamental na manutenção da integridade da pele. Na medida em que se tratam de formas localizadas ou generalizadas, como as dermatites seborreicas e, em especial, a dermatite seborreica do lactante, constituem a indicação habitual da biotina. Actualmente, tende-se cada vez mais a propor o emprego da biotina no adulto para o tratamento da acne e de todas as alopecias, com ou sem seborreia. Obtiveram-se resultados particularmente interessantes com a associação da biotina ao ácido pantoténico por via sistémica.
TIAMINA
(VITAMINA B1 )
Importante para o bom funcionamento do sistema nervoso dos músculos e do coração. Auxilia as células na produção de combustível para que o corpo possa viver. Melhora a atitude mental e o raciocínio. Sua falta provoca: insónia, nervosismo, irritação, fadiga, depressão, perda de apetite e energia, dores no abdómen e no peito, sensação de agulhadas e queimação nos pés, perda do tacto e da memória, problemas de concentração. Inimigos da vitamina B1: álcool, café e cigarro, antiácido, barbitúricos, diurético, excesso de doces e açúcar.
ÁCIDO ASCÓRBICO
(VITAMINA C )
A vitamina C tornou-se em virtude do seu papel como antioxidante, com potencial de oferecer protecção contra algumas doenças e contra os aspectos degeneratividade do envelhecimento. Mas nem tudo são boas notícias. O excesso de vitamina C pode causar efeitos colaterais, como náuseas e diarreia.
L - CARNITINA
A carnitina é um complexo proteico presente em todas as mitocôndrias do corpo. É armazenada nos músculos esqueléticos onde ela é necessária para transformar os ácidos graxos em energia para actividades musculares. A principal fonte de carnitina é a alimentação, sendo mais abundantes em alimentos de origem animal, tais como carne e produtos derivados do leite.
MEDICAÇÕES |
EFEITOS ADVERSOS |
Trileptal, Auram (Oxicarbazepina) |
sonolência, tonturas. |
Gardenal (Fenobarbital) |
sonolência. |
Depakene, Valpakine (Valproto) |
náuseas, vômitos, aumento de peso. |
Tegretol (Carbamazepina) |
tonturas, sonolência, mal-estar gástrico. |
Lamictal (Lamotrigina) |
tonturas, problemas de pele. |
Sabril (Vigabatrina) |
agitação, irritabilidade. |
Topomax (Topiranomato) |
sonolência, adormecimento das extremidades. |
Frisium, Rivotril (Benzodiazepinas) |
sonolência, aumento da secreção brônquica. |
Frisium, Rivotril (Benzodiazepinas) |
sonolência, aumento da secreção brônquica. |
Hidantal (Fenitoína) |
aumento das gengivas, crescimento de pelos. |
Os espasmos infantis são geralmente resistentes às drogas antiepilépticas, mas há relatos de controle em casos criptogênicos (etiologias que não são diagnosticadas ou facilmente reconhecidas) quando o tratamento tem início precoce (antes de 4 semanas do início dos espasmos), e é feito com adrenocorticotrofina (ACTH). Nos casos sintomáticos (revela a natureza de uma moléstia), ou nos que não responderam ao uso do ACTH, o tratamento instituído é o mesmo utilizado para as demais formas de epilepsias graves.
O valproato é uma opção de tratamento. Os benzodiazepínicos também podem ter ação eficaz nas epilepsias graves. O nitrazepam é o mais indicado na Síndrome de West, podendo-se utilizar também o clonazepam. O clobazam é usado geralmente como coadjuvante na terapêutica medicamentosa. Efeitos colaterais são frequentemente registrados com o uso de benzodiazepínicos, incluindo-se sonolência e ataxia. Porém, o efeito mais limitante é a hipersecreção brônquica, ocasionando infecções pulmonares de repetição.
O tratamento da Síndrome de West é classicamente realizado com ACTH ou prednisona. Novas drogas antiepilépticas, tais como vigabatrina, topiramato, e zonisamida também têm sido relatadas como eficazes no controle das crises. Terapêuticas altemativas, como vitamina B6 em altas doses e tirotrofina (TRH), também parecem ser efetivas em alguns casos. O tratamento cirúrgico é reservado para casos seleccionados.
A literatura demonstra a existência de diferenças mercantes em muito dos aspectos do tratamento da síndrome de West. A principal delas é o uso de ACTH, natural ou sintético, em alta ou baixa dosagem, versus prednisona. Nos Estados Unidos, onde a preferência é o ACTH natural, estudos relatam controle de crises em 85% a 90% dos pacientes. Os cuidados recomendados incluem monitorização da pressão arterial duas vezes na semana, colecta de glicosúria em todas as amostras laboratoriais, coleta de eletrólitos e glicemia no início e no final do tratamento. No Japão, utiliza-se o ACTH sintético em baixa dosagem. Os resultados evidenciam até 76% de remissão das crises.
Existem estudos que comparam a utilização de ACTH com a utilização de prednisona (2mg/kg/dia). Baram et al. demonstraram a superioridade do uso de ACTH em relação à prednisona, obtendo melhora clínica e eletroencefalográfica com duas semanas de tratamento comparativo. Hrachovy et al., em contrapartida, demonstraram similaridade no controle clínico e eletroencefalográfico da síndrome de West em estudo que comparou a utilização de ACTH e prednisona (2mg/kg/dia).
A vigabatrina é muito eficaz em pacientes com Síndrome de West secundária à esclerose tuberosa, possibilitando controle de 95% das crises em 4-7 dias. É a droga de escolha nesta situação clínica. Possui a maioria dos efeitos colaterais transitórios e bem tolerados, exceptuando-se o risco irreversível de perda do campo-visual em até 40% a 50% dos casos. Para maior segurança, sugere-se a utilização em doses baixas, e por período inferior a 2 a 3 meses. O topiramato, na dose de 2 a 24 mg/kg/dia, resulta em até 75% de redução das crises, e parece ser um fármaco promissor no tratamento desta entidade clínica. A zonisamida, um novo fármaco antiepiléptico, tem sido utilizada, principalmente no Japão, para tratamento da síndrome de West na dosagem de 4 a 8 mg/kg/dia, com bom controle das crises em 20% a 38% dos casos. Pode ser utilizada em monoterapia ou como droga de adição, sendo indicada especialmente nos casos criptogênicos e de início recente.
A vitamina B6, em altas doses também é proposta como monoterapia inicial para síndrome de West. O fosfato de piridoxina pode ser utilizado na dose de 30 a 400 mg/dia, e o hidrocloreto de piridoxina, na dose de 200 a 400 mg/dia, com controle de crises em 10% a 30% dos casos. Sintomas gastrointestinais reversíveis com a suspensão da medicação ocorrem em 40% a 70% dos casos. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) apresenta acção antiepilética baseada no mecanismo do ácido kinurênico, que exerce acção antagonista aos receptores N-methyl-D-aspartato, e tem sido utilizado no Japão em casos de Síndrome de West. Mais recentemente, em casos seleccionados, vem sendo proposto modalidades de tratamento cirúrgico para Síndrome de West. Este tratamento é indicado em casos específicos, onde existem lesões corticais focais identificadas previamente pela ressonância nuclear magnética, confirmadas pelo tomografia computadorizada com emissão de pósitrons (PET), e sendo necessária a presença de lateralização concordante pelo vídeo-EEG.
Perspectivas futuras na abordagem do paciente com Síndrome de West devem contemplar a melhora cognitiva, além dos controles das crises.
Uso de ACTH e prednisona na Síndrome de West.
|
MODALIDADE DE TRATAMENTO |
||
ACTH |
ACTH |
PREDNISONA |
|
MEDICAÇÃO UTILIZADA |
ACTH natural |
ACTH sintético |
Prednisona |
DOSE INICIAL |
75 U/m2 IM, 2x/dia, |
1 ano: 20 U IM 1x/dia por 2 semanas |
2 mg/kg/dia, |
RETIRADA GRADUAL |
3 dias: 30 U/m2 IM pela manhã |
2 semanas: dose inicial em |
2 semanas: 1 mg/kg/dia |
Autoria: Fabiana Soler (Médica - Brasil)
Data: 2007
Intercâmbio de Conhecimento