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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Hiperatividade- Papel do professor/comunidade escolar

A hiperatividade, numa criança, caracteriza-se por atitudes de distração, ansiedade e impulsividade em diferentes contextos. Esta tem uma incidência maior em indivíduos do sexo masculino e entre 30 a 50% mantem-se na idade adulta.

A modernidade e o progresso marcam atualmente, no mundo ocidental, uma dinâmica muito mais ativa, a qual modificou a estrutura familiar. Por norma, ambos os progenitores têm empregos, aos quais dedicam imensas horas pois necessitam sobreviver à feroz competição que se faz sentir, sendo obrigados a deixar os seus filhos com amas e mais tempo na escola do que gostariam.

Perante o número de horas excessivo passado nas escolas, nem todas as crianças reagem da mesma forma, principalmente porque o sistema está pensado na generalidade e não especificamente na criança diferente.

O dia-a-dia numa sala de aula com uma criança hiperativa é uma tarefa árdua, uma vez que esta se distrai facilmente, distraindo os outros também e tem dificuldade em permanecer sossegada no seu lugar. Perante tais atitudes, o professor sente por vezes uma certa insegurança sobre como atuar pois tem receio de ser brando e de abrir precedentes para os restantes elementos da turma que podem principiar a adotar os mesmos comportamentos.

Não existem soluções chave para lidar com estas crianças, mas o papel do professor é de suma importância em todo o processo. O docente, independentemente do comportamento da criança, deve valorizá-la para que se sinta segura na sua presença e confie nele, sendo necessário criar empatia entre ambos os sujeitos. A perspetiva do professor nunca pode ser de condenar os atos do aluno.

Uma vez que o professor é um dos agentes educativos que mais vivencia com a criança surge a necessidade de adotar uma postura de investigador, observando a criança, dialogando com os encarregados de educação e fazendo a conexão destes com a restante equipa multidisciplinar, possibilitando assim um diagnóstico mais célere e fidedigno.

É fundamental haver espírito de escola positivo e mudança de crenças/valores enraizados, como a visão da escola como mero meio de transmissão de conhecimento. Nada do referenciado anteriormente surtirá efeitos se a escola, no seu termo mais amplo entenda-se comunidade escolar, não refletir se está a responder às mudanças ocasionadas pela sociedade e consequentes novas necessidades de quem lá coabita. Muitos autores têm refletido sobre o assunto, entre eles Alarcão (2001) que refere” … se a escola é um edifício, ela não é só um edifício. É também um contexto e deve ser primeiro que tudo, um contexto de trabalho” (p.17).

 

Aline Russo (Professora)