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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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Tabela da composição dos alimentos

A tabela da composição dos alimentos é um documento de referência nacional para a composição dos alimentos consumidos em Portugal, que reúne informação sobre o teor de 42 componentes/nutrientes (energia, macroconstituintes, ácidos gordos, colesterol, vitaminas e minerais) em 962 alimentos (crus, cozinhados e processados). Esta tabela, é composta por uma lista de alimentos (distribuídos por ordem alfabética ou por grupos de alimentos).

De uma forma geral, a informação disponível indica a composição dos alimentos (ou dos pratos) por cada 100g dos mesmos (estes 100g devem referem-se apenas à parte comestível).

Para que se consiga avaliar o peso dos alimentos consumidos, é necessário pesá-los ou estimar o seu peso (com recurso a tabelas de estimação de porções).

Para além disto, a composição dos alimentos é influenciada pelo local de produção, métodos de análise, formas de preparação (os resultados são o reflexo de uma média e podem variar entre as tabelas de composição).

A ingestão alimentar calculada mediante tabelas de composição de alimentos não representa necessariamente a biodisponibilidade em nutrientes dos alimentos ingeridos (existe uma certa relatividade nos resultados obtidos em avaliação nutricional.

A avaliação do estado nutricional envolve o exame das condições físicas do indivíduo, crescimento e desenvolvimento, comportamento, níveis de nutrientes na urina, sangue ou tecidos e a qualidade e quantidade de nutrientes ingerida (Mahan, 1998).

Para determinarmos a composição de um alimento/prato consumido deveremos multiplicar cada nutriente (em proporção) ao referencial de 100g.

O valor calórico de um alimento/prato, determina-se através da multiplicação da quantidade de nutrientes da sua composição pelo respetivo valor calórico de 1g do nutriente.

Por outro lado, para calcularmos a percentagem da energia total consumida para cada macronutriente basta dividir as Kcal obtidas pelo macronutriente, pelas calorias totais da refeição e multiplicar por 100 (quando se trata de avaliar um ou vários dias de dieta, devemos avaliar o peso de todos os alimentos consumidos).

Contudo, para poder comparar os dados obtidos, os resultados são apresentados sobre a forma de um dia (se tivermos os dados do que uma pessoa comeu durante 7 dias, teremos que dividir os resultados obtidos em cada nutriente por 7).

A avaliação do consumo alimentar é uma área importante na pesquisa. Esta é responsável pela obtenção de dados referentes à alimentação de indivíduos/populações (realizar o diagnóstico e possível intervenção nutricional).

Das ferramentas da avaliação do consumo alimentar, destacam-se os inquéritos alimentares - que possuem baixo custo de aplicação, não são invasivos e podem fornecer diversas informações fundamentais sobre a alimentação..

Os inquéritos alimentares, são instrumentos que permitem avaliar a ingestão alimentar e as suas modificações com o tempo. Estes têm finalidades: epidemiológicas, clínicas, bem estar, saúde e performance.

O conhecimento do consumo alimentar de um indivíduo é uma tarefa difícil de observar/avaliar, isto porque, as técnicas que apresentam maior exatidão são as que provocam mais incómodo/interferências na conduta alimentar dos sujeitos. Assim sendo, os inquéritos alimentares podem ser preenchidos na presença de um entrevistador ou na forma de auto-preenchimento e contribuem para atingir o estado nutricional adequado, colaborando para a saúde e qualidade de vida.

Existem dois tipos de métodos utilizados na realização de inquéritos alimentares: métodos retrospetivos e prospetivos.

No que se refere aos métodos retrospetivos, temos: inquérito alimentar das 24h do dia anterior (o entrevistador questiona o indivíduo acerca dos alimentos e respetivas quantidades consumidos nas 24h anteriores ao dia da entrevista); recordatório de 24h (o indivíduo relata num documento os alimentos e respetivas quantidades consumidos nas 24h anteriores ao dia do preenchimento do mesmo); questionário de frequência (lista de perguntas fixas em relação à frequência de consumo de alimentos específicos); história alimentar (entrevista detalhada que estabelece o padrão do consumo alimentar individual).

Em relação aos métodos prospetivos, existem: método de registo por pesagem (o indivíduo pesa todos os alimentos que consome diariamente durante um determinado período de tempo); métodos de registo por porções ou registo diário (o indivíduo regista todos os alimentos que come/bebe diariamente, durante um determinado período de tempo); duplicação de porções (uma duplicação de tudo o que é consumido é guardado, sendo posteriormente analisada quimicamente); registo fotográfico ou em vídeo (todos os alimentos antes de serem consumidos e os restos são fotografados/filmados); registo telefónico (o indivíduo sempre que come ou bebe alguma coisa, telefona para o entrevistador, logo que lhe seja possível, fazendo este o registo); observação direta (filmagem do indivíduo durante um período de tempo); registos eletrónicos (registo dos alimentos consumidos numa máquina eletrónica).

Os inquéritos alimentares apresentam algumas limitações, ou seja, métodos são vários e muitos são os fatores que interferem na sua precisão (estas faltas de precisão virão a acumular-se com as da utilização das tabelas de composição dos alimentos, gerando inevitáveis erros de estimação).

A tabela da composição dos alimentos (TCA) é um documento de referência nacional para a composição dos alimentos consumidos em Portugal, que reúne informação sobre o teor de 42 componentes/nutrientes (energia, macroconstituintes, ácidos gordos, colesterol, vitaminas e minerais) em 962 alimentos (crus, cozinhados e processados).

As tabelas de composição dos alimentos, apresentam-se como uma referência para a composição dos alimentos consumidos e podem ser utilizadas em inquéritos alimentares (para avaliar o que come determinada população, assim como, identificar eventuais problemas nutricionais).

A informação das tabelas, pode ainda ser usada como suporte científico na definição de políticas de alimentação/nutrição e no planeamento de programas de intervenção nesta área da saúde pública.

António Pedro Santos