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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Cimeira Virtual de Educação Especial 2018

 

11ªedição 

 

Organização 

Associação Portuguesa de Investigação Educacional 

Julho e Agosto de 2018

 

Programa  

Exercicio Físico e Saúde Mental - Desporto, Treino e Saúde - PORTUGAL

Usher Syndrome- National Institute on Deafness and Other Communication Disorders - EUA

Bocha - Federação Paulista de Bocha e Bolão - BRASIL

La importancia del voluntariado en el deporte adaptado - Ferderacion Espanola de Deportes de Personas com Discapacidad Fisica - ESPANHA

Aussie First Deaf Friendly Mobile Plans - Deaf Australia Inc. - AUSTRÁLIA

Motor Development - Down Syndrome South Africa (DSSA) - ÁFRICA DO SUL

How To Make Your Website Disability Friendly - The Association of People with Disability (APD) - ÍNDIA

 

UMA NAVEGAÇÃO RUMO AO CONHECIMENTO!

 

Exercício Físico e Saúde Mental

 

A saúde é o estado de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou de incapacidade (OMS, 1948).

De acordo com a OMS, a saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva/emocional. A saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as actividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica.

Os problemas de saúde mental mais frequentes são: a depressão; a ansiedade; as perturbações causadas pelo álcool/drogas; os problemas de sono; o cansaço crónico e os factores de natureza somática.

Como componentes da saúde mental, temos: a autoestima e autoperceções (componente avaliativa e autoconceito); o bem estar subjectivo (relativo à parte afectiva e cognitiva); o ajustamento emocional (numa perspectiva de equilíbrio emocional face aos factores de stresse); os estados de humor e os afectos (estados afectivos experimentados diariamente); stresse (com todos os seus factores); a função cognitiva (capacidade de aprendizagem, processamento de informação,...); os padrões de sono (onde existe um estado de consciência reduzida, assim como redução das funções sensoriais) e satisfação com a vida.

Podemos definir o autoconceito, como o conjunto de imagens acerca do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser. Para além disto, podemos dividir o autoconceito em: académico (competências do indivíduo nos diferentes contextos académicos) e não académico (social, emocional e físico).

Para Marsh (1994) a autoperceção é a percepção que a pessoa tem em relação a si própria.

A autoestima é um sentimento valorativo do conjunto das nossas características corporais, mentais e espirituais que influenciam e formam a personalidade.

De acordo com Fox (1998) a autoestima é uma construção avaliativa global e relativamente estável que reflecte o nível para o qual o indivíduo se sente positivamente acerca de si próprio, por outro lado, considera o autoconceito como uma auto-descrição em vez de uma auto-avaliação.

As mudanças corporais resultantes da prática do exercício físico podem contribuir para uma melhoria efectiva do autoconceito corporal que cada um tem de si próprio. Isto porque, as pessoas que praticam actividade física acabam por realizar uma avaliação mais favorável, melhorando a sua competência desportiva, a sua condição e força física (confiança física), assim como a atracção corporal.

A relação entre o autoconceito físico e a autoestima é, na maioria dos grupos estudados, negativa refletindo a pouca importância que é ainda hoje dada, na sociedade portuguesa, à pratica regular de desporto e de exercício.

A actividade física regular está associada a imensos benefícios ao nível da saúde física e mental. Ao longo dos últimos anos, a prática regular de exercício físico tem sido reconhecida como uma alternativa não medicamentosa ao tratamento e prevenção de doenças crónico-degenerativas, promovendo a saúde e a sensação de bem-estar (Warburton, Nicol & Bredin, 2006) com benefícios evidentes tanto na esfera física quanto cognitiva.

O exercício físico é de extrema importância para a redução da tensão arterial; redução de peso e obesidade; redução da diabetes; proteção contra a osteoporose e enfraquecimento dos ossos; redução da doença coronária/cardiovascular, entre outros...

A prática do exercício físico pode contribuir para uma melhoria efetiva da saúde mental, no que concerne à capacidade de resistir às exigências da rotina diária, controle dos níveis de ansiedade, combate às depressões, construção da identidade pessoal, etc...

Estudos realizados na última década apontam para a existência de efeitos positivos da prática regular de exercício físico ao nível da saúde mental, em diferentes indicadores tais como os estados de humor, a depressão, a ansiedade, o stresse e a autoestima (Biddle, Fox, & Boutcher, 2000).

Os efeitos indiretos do exercício físico na saúde mental são: a melhoria da qualidade de vida e bem estar do indivíduo, assim como o desenvolvimento de um estilo de vida saudável preventivo de doenças.

Os efeitos diretos do exercício físico na saúde mental são: a prevenção/tratamento de desordens mentais; a melhoria do bem estar psicológico (estados de humor e autoperceções); a melhoria do funcionamento mental (gestão do stresse, sono e cognição) e melhoria do bem estar social (autonomia, interação e cidadania).

Prevenção das doenças mentais: depressão clínica (os efeitos do exercício físico são tão positivos como a psicoterapia); desordens mentais (os efeitos do exercício físico face aos acessos de pânico e ansiedade e esquizofrenia); ansiedade, pânico e fobias; desordens obsessivo-compulsivas; esquizofrenia e psicoses.

Estudos realizados sugerem que exercícios, nomeadamente os aeróbios, contribuem para a preservação da memória, qualidade do sono, humor, diminuem os níveis de stresse, combatem as doenças ligadas ao envelhecimento e ainda ajudam a controlar os sintomas de depressão e ansiedade. Os estudos também indicam que a prática de atividade física fortalece o sistema imunitário, diminui a dor crónica e melhora a atenção e concentração. Isto ocorre devido ao aumento de endorfinas (substância química que provoca uma sensação de prazer, euforia e bem estar) no sistema nervoso.

Esta sensação de bem estar provocada pelo exercício reflete-se diretamente na autoestima, ao nível social, profissional, espiritual, físico – conferindo perceções específicas da situação contextual do indivíduo.

Para além disto, o exercício físico também promove benefícios sociais, combatendo o isolamento e proporcionando integração do indivíduo.

 

António Pedro Santos

Desporto, Treino e Saúde - Portugal

https://sites.google.com/view/desportotreinoesaude/

Usher syndrome

Usher syndrome is the most common condition that affects both hearing and vision; sometimes it also affects balance. The major symptoms of Usher syndrome are deafness or hearing loss and an eye disease called retinitis pigmentosa (RP) [re-tin-EYE-tis pig-men-TOE-sa].

Deafness or hearing loss in Usher syndrome is caused by abnormal development of hair cells (sound receptor cells) in the inner ear. Most children with Usher syndrome are born with moderate to profound hearing loss, depending on the type. Less commonly, hearing loss from Usher syndrome appears during adolescence or later. Usher syndrome can also cause severe balance problems due to abnormal development of the vestibular hair cells, sensory cells that detect gravity and head movement.

RP initially causes night-blindness and a loss of peripheral (side) vision through the progressive degeneration of cells in the retina. The retina is the light-sensitive tissue at the back of the eye and is crucial for vision. As RP progresses, the field of vision narrows until only central vision remains, a condition called tunnel vision. Cysts in the macula [MAC-u-la] (the central part of the retina) and cataracts (clouding of the lens) can sometimes cause an early decline in central vision in people with Usher syndrome.

Who is affected by Usher syndrome?

Usher syndrome affects approximately 4 to 17 per 100,000 people,1,2 and accounts for about 50 percent of all hereditary deaf-blindness cases.3 The condition is thought to account for 3 to 6 percent of all children who are deaf, and another 3 to 6 percent of children who are hard-of-hearing.4

What causes Usher syndrome?

Usher syndrome is inherited, which means that it is passed from parents to a child through genes. Each person inherits two copies of a gene, one from each parent. Sometimes genes are altered, or mutated. Mutated genes may cause cells to develop or act abnormally.

Usher syndrome is inherited as an autosomal recessive disorder. “Autosomal” means that men and women are equally likely to have the disorder and equally likely to pass it on to a child of either sex. “Recessive” means that the condition occurs only when a child inherits two copies of the same faulty gene, one from each parent. A person with one abnormal Usher gene does not have the disorder but is a carrier who has a 50 percent chance of passing on the abnormal gene to each child. When two carriers with the same mutated Usher syndrome gene have a child together, each birth has a:

  • One-in-four chance of having a child who neither has Usher syndrome nor is a carrier.
  • Two-in-four chance of having a child who is an unaffected carrier.
  • One-in-four chance of having a child who has Usher syndrome.

What are the characteristics of the three types of Usher syndrome?

There are three types of Usher syndrome. In the United States, types 1 and 2 are the most common. Together, they account for up to 95 percent of Usher syndrome cases.5

Type 1: Children with type 1 Usher syndrome have profound hearing loss or deafness at birth and have severe balance problems. Many obtain little or no benefit from hearing aids but may be candidates for a cochlear implant—an electronic device that can provide a sense of sound to people with severe hearing loss or deafness. (For more information, read the NIDCD fact sheet Cochlear Implants.) Parents should consult with their child’s doctor and other hearing health professionals early to determine communication options for their child. Intervention should begin promptly, when the brain is most receptive to learning language, whether spoken or signed.

Balance problems associated with type 1 Usher syndrome delay sitting up without support. Walking rarely occurs prior to 18 months. Vision problems with type 1 Usher syndrome usually begin before age 10, starting with difficulty seeing at night and progressing to severe vision loss over several decades.

Type 2: Children with type 2 Usher syndrome are born with moderate to severe hearing loss but normal balance. Although the severity of hearing loss varies, most children with type 2 Usher syndrome can communicate orally and benefit from hearing aids. RP is usually diagnosed during late adolescence in people with type 2 Usher syndrome.

Type 3: Children with type 3 Usher syndrome have normal hearing at birth. Most have normal to near-normal balance, but some develop balance problems with age. Decline in hearing and vision varies. Children with type 3 Usher syndrome often develop hearing loss by adolescence, requiring hearing aids by mid-to-late adulthood. Night blindness also usually begins during adolescence. Blind spots appear by the late teens to early twenties. Legal blindness often occurs by midlife.

How is Usher syndrome diagnosed?

Diagnosis of Usher syndrome involves pertinent questions regarding the person’s medical history and testing of hearing, balance, and vision. Early diagnosis is important, as it improves treatment success. An eye care specialist can use dilating drops to examine the retina for signs of RP. Visual field testing measures peripheral vision. An electroretinogram [e-lec-tro-RET-in-o-gram] measures the electrical response of the eye’s light-sensitive cells in the retina. Optical coherence tomography may be helpful to assess for macular cystic changes. Videonystagmography [vi-de-o-nigh-stag-MAH-gra-fee] measures involuntary eye movements that could signify a balance problem. Audiology testing determines hearing sensitivity at a range of frequencies.

Genetic testing may help in diagnosing Usher syndrome. So far, researchers have found nine genes that cause Usher syndrome. Genetic testing is available for all of them:

  • Type 1 Usher syndrome: MY07A, USH1C, CDH23, PCHD15, USH1G
  • Type 2 Usher syndrome: USH2A, GPR98, DFNB31
  • Type 3 Usher syndrome: CLRN1

Genetic testing for Usher syndrome may be available through clinical research studies. Search for “Usher syndrome” or “Usher genetic testing” at the NIH Clinical Trials website.

How is Usher syndrome treated?

Presently, there is no cure for Usher syndrome. Treatment involves managing hearing, vision, and balance problems. Early diagnosis helps tailor educational programs that consider the severity of hearing and vision loss and a child’s age and ability. Treatment and communication services may include hearing aids, assistive listening devices, cochlear implants, auditory (hearing) training, and/or learning American Sign Language. Independent-living training may include orientation and mobility training for balance problems, Braille instruction, and low-vision services.

Vitamin A may slow the progression of RP, according to results from a long-term clinical trial supported by the National Eye Institute and the Foundation Fighting Blindness.6 Based on the study, adults with a common form of RP may benefit from a daily supplement of 15,000 IU (international units) of the palmitate form of vitamin A. Patients should discuss this treatment option with their health care provider before proceeding. Because people with type 1 Usher syndrome did not take part in the study, high-dose vitamin A is not recommended for these patients.

General precautions for vitamin A supplementation:

  • Do not substitute vitamin A palmitate with a beta-carotene supplement.
  • Do not take vitamin A supplements greater than the recommended dose of 15,000 IU or modify your diet to select foods with high levels of vitamin A.
  • Pregnant women should not take high-dose vitamin A supplements due to the increased risk of birth defects. Women considering pregnancy should stop taking high-dose vitamin A supplements for six months before trying to conceive.

What research is being conducted on Usher syndrome?

Researchers are trying to identify additional genes that cause Usher syndrome. Efforts will lead to improved genetic counseling and earlier diagnosis, and may eventually expand treatment options.

Scientists are also developing mouse models with characteristics similar to Usher syndrome. Research using mouse models will help determine the function of Usher genes and inform potential treatments.

Other areas of study include developing new methods for early identification of children with Usher syndrome, improving treatment strategies for children who use hearing aids or cochlear implants for hearing loss, and testing innovative intervention strategies to help slow or stop the progression of RP. Clinical researchers are also characterizing variability in balance among individuals with various types of Usher syndrome.

Visit the NIH Clinical Research Trials and You website to read about these and other clinical trials that are recruiting volunteers.

Where can I get more information about Usher syndrome?

The NIDCD maintains a directory of organizations that provide information on the normal and disordered processes of hearing, balance, taste, smell, voice, speech, and language.

 

Judith Cooper

National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (NIDCD) - EUA

https://www.nidcd.nih.gov/

Bocha

NOTÍCIAS HISTÓRICAS DO DESPORTO DA BOCHA

Parece que, desde sempre, os homens se recreavam fazendo correr sobre o solo objetos de forma esférica, primeiramente de pedra, depois de madeira ou de metal. Esta primitiva recreação foi se aperfeiçoando pouco a pouco, estabelecendo-se distâncias e regras.

Comparando com outros jogos ou exercícios atléticos, também o desporto da bocha tem origem muito distante, sem poder estabelecer-se exatamente a data de suas origens. Os historiadores falam de um jogo praticado no Egito e na Grécia antiga, por meio de objetos de forma esférica, em particular, pedras redondas.

Este jogo difundiu-se com o passar dos anos; os latinos o propagaram profundamente durante a idade média, sendo o mesmo tão popular em ser praticado nas praças públicas e nas ruas, a tal ponto que Carlos IV em 1319 e também Carlos V e mais tarde o Patriarca de Venezia, em 1576, foram obrigados a proibir a sua prática.

Em compensação, este jogo foi fomentado na Corte de Isabel da Inglaterra e teve entre seus afeiçoados o famoso almirante corsário Francis Drake. Muito mais tarde este último foi imitado na Itália por Garibaldi. O jogo, fundamentalmente popular, propagou-se com facilidade em muitos países, por intermédio dos povos francês e italiano; o mesmo encontra-se, talvez com regras diferentes, na África (Argélia, Marrocos, Tunísia, Senegal, etc) e, naturalmente, na Europa, onde os países interessados constituíram a “Federation Internationale de Boules” (F.I.B.) que disciplinou e esporte da bocha com regras técnicas e normas administrativas bem definidas.
O jogo, que era praticado ao ar livre, prosperou regularmente em muitos países, favorecido por uma forte e popular tradição e de uma maneira de vida favorável à sua difusão, por condições ambientais e urbanas que não criaram até agora, problemas relacionados com as instalações e material esportivo necessários à prática desta atividade.

INTRODUÇÃO DO ESPORTE NA AMÉRICA DO SUL

A bocha, um esporte de grande prestigio internacional, em especial na Europa, chegou a América do Sul através dos imigrantes italianos, introduzido primeiro na Argentina e, posteriormente em outros países do continente. Foi oficializada como esporte na década de 30 e em 1944 foi fundada a Confederação Sul americana de Bochas.

A BOCHA NO BRASIL

No Brasil foi reconhecida como esporte em 1943, pela Confederação Brasileira de Desporto, porém a sua filiação junto a Confederação Sul americana ocorreu apenas em 1950 e, neste mesmo ano o Brasil participou do IV Campeonato Sul americano Masculino, disputado pela Regra Sul americana, desconhecida dos atletas Brasileiros e adotada, a partir de então, como Regra Oficial em substituição à Regra do “ponto” e “bota”.

À partir da década de 60 a bocha firmou-se no País, com a evolução técnica de nossos atletas e a conquista de novos adeptos, inclusive com o início da participação feminina em 1966, com a criação do Departamento Feminino pela Federação Paulista, dirigido pela Sra. Regina Delosso Sposito e realização, neste mesmo ano do I Torneio Misto de Bocha.

Posteriormente vieram os jovens, cuja participação cada vez mais significativa incentivou a Confederação Brasileira de Desportos Terrestres, entidade nacional dirigente do esporte na época, à criação do Campeonato Brasileiro Juvenil, realizado pela primeira vez em São Paulo, no ano de 1986 e já no ano seguinte a Confederação Sul americana promoveu, no Uruguai o I Campeonato Sul americano da categoria.

Apesar do velho conceito de que a bocha é “esporte para idosos”, a modalidade é praticada por pessoas de todas as idades e classes sociais, homens, mulheres, jovens e crianças, atraindo a participação de atletas de faixa etária cada vez menores.

Nestes mesmos tempos, a colônia italiana do interior de São Paulo levava em paralelo, mas sem competições diretas, a chamada bola pesada, que se jogava com bolas grandes de madeira ou Celeron, que posteriormente foi sendo adaptada e se transformou na Bocha Rafa Paulista, com milhares de adeptos, sendo jogada em bares, clubes, associações onde na década de 80, foi oficializada pela FPBB e até hoje é muita difundida e agrega dentre os maiores campeonatos de bocha do Brasil.

REGRAS

Atualmente existem oficialmente, em todo o mundo, quatro modalidades de Bocha: Zerbin que é adotada pela Federation Internationale de Boules, o Punto-Rafa-Vollo, no Brasil denominada “modalidade mundial”, adotada pela Confederazion Boccistica Internazionale, Sul americana: adotada pela Confederação Sul americana de Bochas e a Bocha Rafa, praticada apenas no Brasil.

Até o ano de 1950, a regra praticada no Brasil era o “ponto” e “bota”, a partir daquele ano foi adotada a Regra Sul americana para todas as competições oficiais, porém, como recreação, muitos adeptos do esporte disputavam jogos baseados em uma regra denominada “Pontobol”. Devido ao grande número de praticantes dessa modalidade, a mesma foi reconhecida como esporte pela Confederação Brasileira de Desportos, em 1978, sendo mais tarde denominada como “Bocha Rafa”. A modalidade de Bocha Rafa, que é praticada em competições oficiais apenas nos estados de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, hoje também faz parte dos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior, promovidos pela Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo.

No ano de 2009, diante da necessidade de unificação das regras visando o reconhecimento da Bocha como esporte olímpico, a Confederação Brasileira de Bocha e Bolão adotou a Regra da Modalidade Mundial (Punto-Rafa-Vollo) em substituição à Regra Sul americana.

 

Luis Carlos Leite

Federação Paulista de Bocha e Bolão - BRASIL

http://fpbb.com.br/

La importancia del voluntariado en el deporte adaptado

Cada vez cobra mayor importancia que se involucren más actores en el deporte adaptado. Atrás quedan aquellos días, en que los eventos y campeonatos se organizaban con solo unas pocas manos voluntariosas y una gran dosis de pasión. Actualmente, la exigencia va creciendo de forma exponencial y, todos los que formamos la familia del deporte para personas con diversidad funcional, tenemos que ser conscientes de ello.

Así, el papel que va tomando el voluntariado es, sin duda, creciente. Hay muchos tipos de voluntariado, el individual, en el que cada uno emplea el tiempo que puede para colaborar en una acción puntual; el profesional, aportación basada en las capacidades laborales del voluntario; el corporativo, acciones sociales en el ámbito de la empresa del voluntario, ya sea en horas laborales o fuera de ellas; el virtual, cada día más frecuente en nuestra era digital, con muchas oportunidades de ayudar “desde casa” y el internacional, que se extiende fundamentalmente entre los más jóvenes, con una mezcla de solidaridad y la de vivir una experiencia inigualable.

Lo bueno de nuestro mundo es que admite cualquier clase de voluntariado. Todos ellos son aplicables a la ayuda, puntual o permanente, desde la empresa o desde la convicción personal, al fin y al cabo, el voluntariado es una actitud ante la vida, una decisión apoyada en motivaciones y opciones personales. Todas las personas tenemos alguna capacidad para ofrecer ayuda a otras, y no solo por solidaridad, sino por el fortalecimiento de un desarrollo social y económico más sostenible, así como a la creación de empleo. Barcelona´92 fue un punto de inflexión respecto a la importancia del voluntariado en el deporte de alta competición.

Más de 100.000 personas se inscribieron al proceso de selección de voluntarios, de los que fueron elegidos 35.000, número record y tremendamente difícil de gestionar. Una vez más, España demostró ser un país valiente, superando con creces las expectativas, tanto en los Juegos Olímpicos como en los Paralímpicos, en los que participaron nada menos que 15.000 voluntarios, para que el resultado global de la organización fuera tan espectacular como todo el planeta pudo comprobar. Veinticuatro años después, Río de Janeiro fomentó más el voluntariado internacional, con personas de multitud de culturas y países agrupadas en torno al deporte.

El resultado, como todos pudimos evidenciar, fue manifiestamente mejorable. No obstante, siempre debemos valorar el trabajo altruista de muchas personas que colaboraron sin esperar nada a cambio, más allá de una breve charla con algún deportista o un fugaz autógrafo. Algunos de los retos que tenemos en nuestro deporte adaptado son la creación de “productos atractivos” para conquistar a la empresa privada y a su voluntariado corporativo, y fomentar la comunicación para atraer más personas que deseen aportar un poco de su tiempo y, así, hacer posible el sueño de muchos deportistas.

Enrique Álvarez Orcajo

Ferderacion Espanola de Deportes de Personas com Discapacidad Fisica - ESPANHA

http://www.feddf.es/

Aussie First: Deaf Friendly Mobile Phone Plans

Deaf Australia and many members of the Deaf community have had to negotiate with telecommunications providers individually to get a tailored mobile plan that suits their needs. Sometimes this worked well and sometimes it didn’t, and many Deaf people ended up paying a monthly fee for voice calls that they didn’t use.

Deaf Australia is pleased to announce a partnership with not-for-profit phone and internet provider; Jeenee Mobile.

Jeenee Mobile launched a new Deaf-friendly mobile phone plan today that only includes SMS and internet data – it does not include voice calls. This saves money for Deaf people who don’t need a voice call service.

Jeenee have also launched a new system for Deaf people who need to contact the company about changes or problems with their service. Most phone companies require the Deaf person to try to speak on the phone, and won’t accept an interpreter or a friend speaking for the Deaf person. Jeenee Mobile can set up a password/pin number system so that Deaf people can identify themselves through a third party, such as an interpreter ringing on their behalf.

Both of these new initiatives have never been done in Australia before!

Jeenee Mobile is a not-for-profit disability social enterprise, using the Optus 4G network.

The plan from Jeenee Mobile offers unlimited text and MMS to any mobile phones on any carrier across Australia plus 100MB of data. There are also options to increase the monthly data limit.

“Deaf Australia congratulates Jeenee Mobile on both of these initiatives that are tailored to suit the needs of Deaf and hard of hearing people,” said Kyle Miers, Chief Executive of Deaf Australia. “This is a great win for the Deaf community and for Deaf Australia.”

The Australian Communications Consumer Action Network (ACCAN), is also glad to see text and data only plans on the market as well as the flexible customer support arrangements being launched by Jeenee Mobile.

“In the past, consumers who are Deaf or hard of hearing have had to pay for voice inclusions in their mobile phone plans that they don’t use. Tailored plans that suit the needs of these consumers are welcome,” said ACCAN Disability Policy Advisor, Wayne Hawkins.

Jeenee Mobile’s General Manager, Jeremy Way, said: “Jeenee Mobile aims to provide a complete service that makes mobile as accessible and inclusive as possible for EVERY Australian. As a not-for-profit Telco, we pride ourselves on doing the things that the other Telco’s either can’t, don’t or won’t do. We’re pleased to be able to offer a tailored solution that suits the needs of the Deaf community. We also welcome the opportunity for Jeenee Mobile to partner with Deaf Australia.”

As part of the partnership with Jeenee Mobile, Deaf Australia will receive a donation for any connection to Jeenee Mobile when ‘DeafAus’ is quoted in the application. Subscribers also receive free set up and postage of their SIM card.

This means you can support Deaf Australia and get a great value mobile plan at the same time.

 

Rachel Byrnes

Deaf Australia Inc. - AUSTRÁLIA

https://deafaustralia.org.au/

Motor Development

 

 

  1. What is Motor Development?

Motor development is the development of movement. The ability to move is essential to human development. Many motor skills are necessary for everyday life activities e.g. sitting, walking, running, climbing stairs, picking up objects, using cups, knives and forks, pouring drinks, dressing, holding and using pencils, pens, scissors and using keyboards. Basic motor skills can be further divided up into 

  • Gross motor skills that are large movements of the body including sitting, walking, running and climbing stairs.
  • Fine motor skills that involve the small movements of the fingers and hands. They include picking up objects, using cups, knives and forks, pouring drinks, dressing, holding and using pencils, pens, scissors and keyboards.

Movement can be seen and felt and a delay in motor development is usually the first sign of a real problem because it is noticed far sooner than a problem with seeing, hearing or communication. Motor development seems to follow a pattern. Large muscles develop before smaller ones e.g. very young children find it easier to run than cutting with scissors. Children also tend to develop in a head-to-toe pattern. For instance, babies move their eyes, head and hands long before they learn to crawl.

  1. Why should we know about motor development?
  • New behaviour is made possible when a child’s body develops e.g. a toddler can be toilet trained once the necessary anal sphincter muscles have developed.
  • So many new experiences and learning opportunities are opened up when the body is able to do more e.g.

   o being able to hold the head firmly in the midline means the child can focus more easily on an object. It also means the child can now develop hand/eye coordination, a very important skill needed for independent living.

   o being able to reach and grasp means a child can begin to learn about objects in his world o being able to sit means more use of the hands and arms for playing (and therefore learning). It means the child can begin to learn about his position in space. Sitting is an essential skill if the child is to eat easily, dress himself, get the attention of others when speaking, look at computer screens, television etc.

   o being able to crawl increases the child’s learning opportunities. It means he can touch things that were only visible before, so much more can be learned about how much space his body takes up by crawling into, under around and over objects.

   o being able to walk means a child is able to carry things. It also means the child can explore and experience more in his environment than before.

   o being able to move independently means a child has more opportunities for social interaction and language     learning. Because children can now follow their caregivers from place to place it means they can be talked to and included in more everyday activities. They can run, jump and catch a ball and play with other children, socialising and making friends.

  1. How does motor development happen?

It goes on all the time from conception until the late teens. At the same time, the nervous system matures. Any movement means the brain; nerves and muscles have to work together.

3.1. Obstacles to motor development:

We can do nothing to influence the maturation process and a child cannot walk before the nervous system is ready for it to happen. But if we do not give a child enough opportunities to practice movements and move about, we can slow down development. I.e. a child will not be doing what he should be doing at his maturational level. While everybody is different and develops at different rates, abnormalities in the muscles, joints and/or nervous system will result in delayed and/or abnormal development. Other obstacles that may affect motor development are as follows:

  • Health issues may also account for individual differences in progress as children with disabilities may not have the resilience to compensate for them.
  • Visual impairments may reduce feedback on position, and depth and distance perception.
  • Hearing impairments will make following instructions more difficult. • Uncorrected heart abnormalities may considerably reduce energy and stamina.
  • Children who are overweight will not feel much enthusiasm for exercise and may even find it uncomfortable. At first, movement in the very young baby appear haphazard and disorganised. All the joints of the arms and legs are flexed. Primitive reflexes such as the Moro reflex and the Grasp reflex are also present. These disappear as the nervous system matures, movement becomes more organised and meaningful and the child develops. The child first learns to control and support his head in all positions. Another important development is learning to bring his hands together in the midline, beginning to reach for objects and to grasp them. A variety of different movements will now develop and the child learns to roll over from his back to his tummy and back again. He will also be able to sit alone at this stage. Most children learn to crawl and to kneel before they are able to pull themselves to a standing position, balance themselves while standing and finally walk without help. (Remember! All children are different and not everyone crawls, but eventually walk well.)
  1. How should movement be encouraged?Children should be encouraged to move and achieve their maximum potential. When we encourage movement, we must remember that movement develops from top to bottom. In other words, the child has to learn to control his head before the arms and legs can be controlled; and to control his body before walking. It doesn’t matter if the child is three or four years old, if his head control is poor and if he cannot sit or walk, we should start by encouraging this child to develop head control. An older child who is still immobile can be encouraged to stand with support but more as a strengthening exercise and also so that the child can experience the standing position. Activities Here are just a few ideas for strengthening the head and neck muscles.
  • Always start with a good position.
  • If you are working with a baby, bend his knees up and separate his legs. Bring his shoulders forward and turn his arms slightly outwards. Then slowly lift the child and his head should follow.
  • When working with a bigger child, be careful not to place your hands behind his neck. Your hands should be behind his shoulders. Place a wedge or rolled up blanket under his head. Separate his legs with your own knee or arm. Bring his shoulders forward and pull him up into a sitting position keeping his arms turned slightly outwards. As he gets stronger, lift him up holding only his hands.
  • Use this activity every day as you lift the child up from a sleep or after changing a nappy. Make a game of it by lifting the child up and down a few times. Always try to make the activities fun for both you and your child. Remember, the child may have to get used to new positions before you can introduce new activities.
  • When family and friends are gathered together, place the child lying on his side. Have the leg underneath bent and the other leg straight, supported by a pillow or a folded blanket. In this position it is easier for the child to keep his head in the middle and to get his hands together. He can then look at his hands. (See later notes on fine motor development.) Sit on the floor with the child when he is in this position if other children are playing on the floor, or in the classroom.
  • It is also important to place a child on his tummy whenever possible as this activity helps the child develop a strong back for sitting, crawling and walking. Support him under his chest by using a rolled up towel/blanket or with your hand. Encourage the child to lift his head by talking to him from the front and by having a noisy toy in front to look at. The child’s arms must be forward and at first you may need to place one hand on his bottom and press downward to get his hips flat. Lift the child’s shoulders up and encourage him to lift his head, lean on his arms and then play with the toy.
  • The child will then progress to activities that will encourage him to roll and then to sit. Eventually the child may be able to kneel, then stand and finally walk, even if it is necessary to be held and supported while doing so.
  • The way a child is reared will have an effect on the development of movement. Able-bodied children are usually given many opportunities for their muscles to strengthen and develop. Parents feel secure enough to ‘experiment ‘ and try and see when the child is capable of supporting his head alone or sitting. Yet parents can become over protective when their child experiences a problem or is slow to develop and give too much support. This can further delay development. For example a mother of a child with cerebral palsy always leaves her child lying flat on his back (to the extent that the child becomes bald at the back of his head) and never gives the child any opportunity to try and lift his head. The muscles in the neck are not allowed to develop any strength and the child is prevented from learning how to hold up his head.
  • Another example can be seen in the way we hold the child. At first, he may need a lot of support. E.g. when the child sits, he may need to lean his entire body against that of his mother while sitting in her lap, with her arms containing him. Later, the child may be able to sit with only one hand being held.
  • Movement happens when a child is stimulated to move e.g. when burnt by something hot or pricked by a sharp object. It can also be a response to a command e.g. “Come to me” or “Take your toy”. We should therefore talk continuously to children about what they are doing in order to explain and mediate the experience for them. All children need to experience touching and moving different toys in order to learn and develop further. Such experiences should be made possible for them whenever possible.
  • Do not move suddenly or quickly, with jerky movements when handling children with physical disabilities. Children with stiff or spastic muscles seem to respond best to slow, deliberate movements, while the floppy or limp child needs faster movement.
  • Get to know the likes and dislikes of the child. Some children do not like moving if it is too hot or too cold. They may object to the surface on which they have to move – it may be too hard, or too soft, prickly or uneven. Noise levels in the area may affect the reactions of children who are sensitive to sound. Children will not cooperate and respond to encouragements to move if the atmosphere is stressful for any reason. If the caregiver/mother or even the child is tired, irritable or over-anxious, efforts to stimulate movement usually fail. Sick children will certainly not want to move.
  • Continue to work with the child for as long as the child responds happily and cooperatively. If the child loses interest, becomes irritable and stops cooperating, the session should end. Remember, initially even a little physical effort can be exhausting for a child experiencing a disability. If a child is expected to do too much each time, there is a risk that he will associate such sessions with negative feelings and resist them. This can become a real barrier to developmental progress. However, there needs to be a balance as too little exertion and challenge can lead to boredom. Children with disabilities will usually be given fewer opportunities to practice than able-bodied children yet we are constantly comparing them. We need to bear in mind that practice improves motor skills until the best possible level of skill is achieved which does not improve any more.
  1. In summary:
  • The best way to improve all types of movement is practice.
  • Children with disabilities need more practice to improve movements than other able-bodied children.
  • Help babies to practice activities that need strength and balance like sitting and walking by supporting them while they practice.
  • Try and make plans to compensate for the social and cognitive effects of late movement.
  • Encourage as much active movement as possible in natural ways through play and activities such as swimming, gymnastics and outdoor games.
  • Teach by visually demonstrating or modelling the actions.

 

Gill Lloyd

Down Syndrome South Africa (DSSA) - ÁFRICA DO SUL

http://www.downsyndrome.org.za/

How To Make Your Website Disability Friendly

 

How To Make Your Website Disability Friendly. Making your website disability friendly is a great thing youcan do for many of your visitors. The first step is to understand your audience. Take time to learn exactly how a person with mental or physical disabilities goes online. Use these tips to optimise your site.

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Making your links and call-to actions more descriptive can make your site disability-friendly. It is ideal to underline, highlight or contrast the link in your text to distinguish them from regular text. This will help colour blind users to find the link easily without wasting time hovering the cursor over different parts of the sentence.

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Alt tags are textual pop-ups that accompany images on a webpage. When the cursor is placed over the image, this alt text shows up. For those who are visually impaired and use screen readers that read text aloud, this feature is helpful. The only way a visually impaired person can understand the image is when an alt tag is read out loud. Use these tags as an opportunity to describe images succinctly and accurately. If the image features a person, write their name. If the image includes objects, describe the object in detail.

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Christy Abraham

The Association of People with Disability (APD) - INDIA

https://www.apd-india.org/

O desporto adaptado no processo de inclusão da pessoa em condição de deficiência física: o caso do basquetebol sobre rodas

Introdução

Desde muito tempo, a Deficiência Física tem levado pessoas a se isolar, parcialmente ou totalmente do convívio na sociedade. O resultado está no desinteresse entre os indivíduos de praticar quaisquer que sejam as atividades do dia-a-dia ou Esportivas. Sem essas potencialidades desenvolvidas as PCD física parecem cair no esquecimento, prejudicando a si mesmos. Esse isolamento é resultado de diversas configurações, tais quais: olhar de rejeição daqueles que não possuem deficiência; ação da própria família por excesso de cuidado ou vergonha, que leva a manter a PCD isolada dentro de casa; leis que no intuito de “proteger”, determinavam internação total ou parcial, entre outros.

O esporte em si destaca-se por diversos fatores: sociais, financeiros, físicos, emocionais entre outros. A prática deste se coliga principalmente na satisfação do indivíduo em conseguir a habilidade e saber dominá-lo. Entre os esportes mais destacados estão o Futebol, Voleibol, Handebol, Basquetebol e Natação. O que entra em questão é a possibilidade da Pessoa em Condição de Deficiência Física (PCDF) praticar estes esportes. Para este tipo de trabalho foi criado o Desporto Adaptado no Brasil. Surgiram atletas de destaque em olimpíadas mundiais, mostrando que há possibilidades através do Esporte Adaptado, podendo tornar atletas, pessoas em condição de Deficiência Física.

Hoje, com uma legislação que busca corrigir o passado próximo, as PCD têm estado em um convívio social mais amplo. Isto possibilita que, entre os outros, essas pessoas entrem em conato com o “esporte”, o que para muitos provoca uma mudança extraordinária – deixam de ser tratados como “doentes” e passam a ser vistos como atletas.

De acordo com Araújo e Ribeiro (2004), desde 1980, pode-se observar, no Brasil, a possibilidade de amplitude no atendimento em relação às pessoas com necessidades especiais nas atividades Físicas por meio do Desporto. É possível apontar possibilidades em relação à continuação do processo de desenvolvimento do Desporto Adaptado no Brasil. As ações governamentais buscam hoje, apoiar o D. A., no entanto, também é possível afirmar que este ainda não é considerado um investimento “lucrativo”, porque o “retorno” ainda não é de alto vulto, segundo as agências e de empresas de fomento, Araújo (1998, p.21) diz:

Somente nos últimos dez anos o governo federal passou a se preocupar com este segmento. Neste período, ocorreu uma série de ações, através de decretos, portarias e realizações voltadas para o desporto adaptado, que se tornou preocupação do governo. Este período é compreendido por nós como processo de institucionalização do desporto adaptado brasileiro.

A elaboração deste projeto ganha peso e os profissionais que atuar com atividades físicas conseguem ter base devido à inclusão nos currículos em cursos de graduação, ou seja, mais expansão do Desporto Adaptado para ser produzido entre Pessoas com Deficiência Física em diversas regiões.

Neste período de institucionalização acontece, por exemplo, a 03/87 – que aconselha, sugere a inserção, nos cursos superiores, de disciplinas que abordem a PCD. Dessa forma os assuntos relacionados à PCD chegam como conteúdos nas disciplinas acadêmicas, o que tem possibilitado um maior conhecimento. Em 2001 houve a obrigatoriedade de todos os cursos superiores terem disciplinas específicas sobre deficiência. Isto tem favorecido a formação de profissionais voltados para a D.A., por exemplo.

Dentre as atividades propostas para os Jogos profissionais onde atletas representam a nação, existe uma seleção de esportes, sendo eles: Bocha, Ciclismo, Esgrima, Futebol de Cinco, Futebol de Sete, Goalball, Halterofilismo, Hipismo, Judô, Natação, Remo, Rúgbi em Cadeiras de Rodas, Tênis em Cadeiras de Rodas, Tênis de Mesa, Tiro, Tiro ao Arco, Vela, Voleibol. Neste trabalho de pesquisa estar-se-a privilegiando o Basquete em Cadeiras de Rodas por ser uma modalidade que mais vem se destacando nas últimas competições internacionais. A revisão de literatura utilizada como metodologia de pesquisa trará informações sobre o basquetebol para cadeirantes tal como sua história, conquistas, fundamentos do jogo e principal a inclusão dos praticantes no meio esportivo os ajudando em sua socialização.

Não é mais raridade encontrar pessoas com necessidades especiais realizando diversas modalidades esportivas. Sua força de vontade faz com que consigam superar todos os seus limites e isso é um dos primeiros passos para ser um vencedor. Seabra Jr. (2006) afirma que deve-se abordar a inclusão destas pessoas e refletir que esta opção nos remete a uma série de abordagens e cada uma delas pode alcaçar uma população diferente. Assim o presente trabalho buscou identificar e refletir acerca dos de maneiras possíveis para o ingresso de PCDF no meio esportivo.

1.     Deficiencia + Atividade Física

A prática de atividades físicas, por meio de quaisquer indivíduos torna-se importantíssima para sua qualidade de vida e auto-estima. Os esportes por meio de seus participantes acabam destacando seus grandes jogadores por seus talentos, jogadas brilhantes, inclusive seus corpos perfeitos. Ao pensar no desempenho que esses jogadores adquirem através de sua vida é possível perguntar, será que um deficiente físico tem a mesma capacidade de desempenhar-se e desatacar através dos esportes? Segundo Araujo, Almeida e Itani (2004) o grau de deficiência de um indivíduo não é uma impossibilidade para realizar o esporte, muito menos o impossibilita de praticá-lo. A questão é que as dificuldades que esta população enfrenta como falta de locais apropriados; transportes adaptados; oportunidades no meio social; acesso a equipamentos adequados; profissionais adequados e principalmente falta de políticas públicas dificulta e reprime os que desejam realizar sua atividade, independente de suas necessidades especiais. Já Seabra Jr. (2006) afirma que o necessário para que um PCDF pratique o esporte é vivenciar, experimentar, aprender o movimento, sendo qualquer que seja seu grau de amplitude, intensidade ou faixa etária. Assim poderá sentir-se vivo, valorizado, integrado, tendo sua auto-estima e individualidade preservadas e validadas.

Existem algumas áreas profissionais do Esporte Adaptado no Brasil e no mundo onde atletas com necessidades especiais atuam de maneira espetacular e constituem um destaque dentre a sociedade, mostrando que realmente fazem a diferença sendo diferentes. O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) cita as modalidades possíveis para PCDF, sendo elas basquetebol em cadeiras de roda, Bocha, Ciclismo, Esgrima, Futebol de cinco, Futebol de sete, Goalball, Halterofilismo, Hipismo, Judô, Natação, Remo, Rúgbi em Cadeiras de Rodas, Tênis em Cadeiras de Rodas, Tênis de Mesa, Tiro, Tiro com Arco, Vela, Voleibol. Demarcaremos os principais esportes, para que exista uma compreensão maior de suas metodologias, partes práticas e aplicabilidades no meio. Para Araujo (2004) ainda está em jogo o esporte para o atleta que busca segmentos em meios de comunicação, sociedade e reconhecimento do cidadão atleta, sendo constatada a superação das dificuldades impostas pelas limitações decorrentes da deficiência.

Contudo, a análise destes esportes nos sujeitará a uma reflexão e diminuirá a incerteza de que realmente o Desporto Adaptado pode ser de grande auxílio para os PCDF, pois os que estão nestas modalidades tornaram-se vencedores, isso os motiva através de seu esforço e dedicação demonstrados a cada treino e jogo.

2.    O desporto adaptado no Brasil e a deficiência física

De acordo com Araújo (1998, p.11):

O Desporto Adaptado no Brasil desenvolve-se dentro de uma estrutura diferenciada daquela em que se desenvolve o desporto para as pessoas ditas ‘normais’. Este último pode ser organizado e dirigido por qualquer grupo de pessoas com interesse em alguma modalidade esportiva, mediante a constituição de um clube, o que possibilitará a participação em eventos nos mais diferentes níveis. Já o desporto para pessoas portadoras de Deficiência organiza dentro de uma estrutura diferente da estabelecida pelo desporto dos não portadores de Deficiência.

    Para o PCDF o Desporto Adaptado pode se tornar de grande ajuda, em sua reabilitação, força física e mental; a possível inclusão dentro de uma sociedade onde para alguns seria impossível conseguir alcançar, ganhar espaço. Toda essa Preocupação com a reabilitação e reinserção da PCD começa após a segunda guerra mundial, onde governantes deram origem a diversos serviços de reabilitação para soldados lesados. O Desporto adaptado nasce com este contexto nos Estados Unidos da América e Europa. Influenciado pelos outros países o Brasil implementa e segue a mesma regra, criando clubes de Esporte Adaptado (ARAÚJO, 1998). Com sua criação em 1975, no Rio de janeiro, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (2008) coordenado pelo professor Aldo Miccolis (criador da Associação Nacional de Desporto para deficientes - ANDE), teve como principal objetivo conciliar os esportes praticados pelos atletas para todo o tipo de deficiência. Com o passar do tempo as modalidades foram categorizadas. Foi criada a Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA, 1998), a Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC, 1984), Associação Brasileira de Deficientes Mentais (ABDEM, 1989) e a Confederação Brasileira de Surdos (CBDS, 1997).

Para Gorla e Araújo (2007) a pessoa que é portadora de deficiência, sofre uma perda ou diminuição de adaptabilidade provocadas por um dano, seja de caráter, certas capacidades, apresentando problemas corporais, equilíbrio, agilidade, força entre outros que podem ser considerados patologias e devem ser trabalhadas diferencialmente de acordo com seu respectivo problema.

A importância dada a PCDF se sobressai à medida que a procura se torna cada vez maior. Para toda e qualquer deficiência já existem projetos em ONGs especializadas, clubes e escolas por onde são treinados a praticar os esportes, trabalhando diversas patologias e podendo reconstruir ou construir o que está interrompido. Assim, as orientações sobre as possíveis modalidades esportivas devem nutrir-se nestes conhecimentos. Para cada modalidade hoje no Brasil existem diferentes equipes e organizações como as equipes de Natação, Basquete, Futebol entre outros. Para nós a que se destaca é a Confederação de Basquete sobre Cadeiras de Rodas, criada no estado de São Paulo, na cidade de Campinas pelo Prof. Dr. Paulo Ferreira de Araújo da UNICAMP que proporcionou aos Cadeirantes entrar em campeonatos e torneios pelo Brasil e mundo á fora. A importância dada pelas instituições governamentais PCDF ainda são precárias, contudo já desenvolve um trabalho. Todavia o atleta em condição de Deficiência ainda precisa ser visto como os demais atletas. Portanto, as ações devem ganhar mais apoio com relação ás direcionadas aos atletas sem a condição de Deficiência. Assim reforça Silva et al (2008, p.165):

As Necessidades Educativas Especiais não devem transmitir a idéia ou ser associada exclusivamente a deficiência. A nosso ver, necessidades especiais ou educativas especiais podem ser entendidas como ações ou situações que caracterizam desvantagem do indivíduo, temporária ou permanente, causada pela diferença entre seu desempenho, e por outro lado focalizar as diferenças.

Portanto, grandes atletas que vimos e ouvimos foram vencedores graças à perseverança de grupos, academias, ONGs, clubes que acreditaram em seus potenciais embora sua deficiência, instituições, grupos que estivera lado a lado se importando com sua dificuldade, e menos por ações governamentais; pois o auxílio que um atleta paraolímpico recebe é menor do que um atleta olímpico. Este é tratado como atleta o tempo todo, o outro apenas próximo das competições.

A Atividade Física Adaptada é sugerida aos deficientes como forma de terapia e motivação, não como um direto que deve estar ao alcance desta pessoa.

Refletiremos sobre os Esportes que se destacam muitas vezes dentro das normas da CPB (2008):

  • Basquete com cadeiras de Rodas – Foi a primeira modalidade Paraolímpica praticada no Brasil em 1958. Seus principais responsáveis foram Sérgio Del Grande e Robson Sampaio. Essa modalidade se organiza em seleções masculinas e femininas que tenham alguma Deficiência Física ou motora. Suas regras foram adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas. Todas as cadeiras são padronizadas e as dimensões da quadra são as mesmas do basquete Olímpico.

  •  Natação - A natação no Brasil começou a se destacar em 1984 quando conquistou diversas medalhas. Nesta modalidade competem atletas com diversos tipos de deficiência física ou visual. As provas são de 50m aos 100m nos estilos peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos têm um sinal por meio de um bastão. A largada é feita na água e as baterias são separadas de acordo com a deficiência.

  • Halterofilismo - No Brasil essa modalidade estreou em Atlanta (1996). Neste esporte Adaptado os praticantes permanecem deitados num banco e executam o supino. A prova começa quando a barra de apoio é retirada, deixando o braço totalmente estendido. É possível flexionar o braço descendo a barra até a altura do peito, e novamente eleva até a posição inicial.

  • Remo - Em 1980 a Superintendência de Desporto do Rio de Janeiro iniciou um programa “Remo Adaptado”. Essas atividades são para PCDF, mental e auditiva, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e sociabilização entre os praticantes. O equipamento (remo) é propriamente adaptado. As corridas são realizadas num percurso de 1000 metros.

  • Tiro com Arco – Nesta modalidade competem tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com modalidade limitada de membros inferiores. É preciso acertar o alvo a 70m que mede 1,22m de diâmetro. É possível a participação individual ou em grupo.

  • Bocha – A modalidade serve para quem tem problemas de paralisia cerebral severa e utiliza cadeira de rodas. O objetivo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca o “bolim”. Permite-se usar as mãos, os pés e instrumentos para atletas com comprometimentos nos membros superiores e inferiores. Pode ser praticada individualmente, em duplas ou equipes.

  • Futebol de Cinco – Criado por APAEs por volta de 1978 para deficientes visuais, ao longo dos anos foi crescendo. É exclusivo para deficientes visuais, feito em quadras de futsal adaptadas. Só o goleiro deve ter a visão total. São cinco jogadores, sendo quatro na quadra e um no gol. As bolas precisam ter guizos. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalos de 10 minutos.

  • Futebol de Sete – Especificamente para paralisados cerebrais. Tem sido praticado por pessoas do sexo masculino onde seis jogadores ficam no campo e um no gol. A partida dura 60 minutos e tem um intervalo de 15 minutos. O campo tem 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m. Os jogadores pertencem à classe menos afetada pela paralisia cerebral.

  • Hipismo – Em março de 2002 começam o hipismo nacional para deficientes. Pode ser praticado por pessoas com diversas deficiências sendo as provas mistas.

  • Rúgbi em Cadeiras de Rodas -  Parecido com o Futebol Americano o Rúgbi é formado por quatro jogadores e oito reservas pelas inúmeras colisões entre as cadeiras de roda no jogo. É necessário ter agilidade para manusear a bola, acelerar, frear etc. São usadas as quadras de Basquete com 15m de largura por 28 de comprimento, divididas em duas áreas. Há um círculo central em duas áreas-chave que ficam na frente da linha do gol. Especificamente para cadeirantes.

  • Vela – Teve início no Brasil em 1999. Pessoas com deficiência locomotora ou visual podem competir. São utilizados dois tipos de barcos da classe 2.4 m (tripulados por uma pessoa) e classe sonar (tripulados por uma equipe) com uma peça de metal abaixo impedindo de virar.

  • Ciclismo – Pode ser praticantes, paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes). As provas são individuais ou em equipes. Suas bicicletas são de modelos convencionais ou triciclos para paralisados cerebrais. O ciclismo para cegos precisa de uma bicicleta dupla (com um guia na frente). A prova acontece numa pista oval entre 250 e 325 metros de extensão e cada categoria larga ao mesmo tempo.

  • Judô – Começou na década de 70 no Brasil. É uma modalidade para deficientes visuais.

  • Tênis em Cadeiras de Rodas – O Brasil conheceu essa modalidade em 1985 pelo cadeirante Jose Carlos Morais. A pessoa deve ter total ou substancial perda funcional de uma das partes extremas do corpo e se for incapaz de participar de partidas de tênis convencionais, será chamado a participar para cadeiras de roda.

  • Voleibol – Nesta modalidade competem atletas amputados, principalmente de membros inferiores e pessoas com outras deficiências motoras. A quadra geralmente é menor, com 10m x 6m, e a altura, com cerca de 1,15m do solo no masculino e 1,05m para o feminino. Os praticantes jogam sentados na quadra e o contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer ação.

A prática destes esportes é possível a qualquer Pessoa em Condição de Deficiência. Assim afirmam Araújo e Ribeiro (2004, p.64):

É uma área que permite o atendimento de uma clientela variada, no entanto, quando se faz uso de termos como “Paradesporto” ou “Desporto Adaptado”, farão parte dessa prática participantes que possuírem deficiência: física, visual, mental, auditiva e/ou múltiplas.

O D.A. foi criado exatamente para que a atividade física não fique omitida na vida das pessoas em condição de deficiência, mas que ao praticá-lo sintam-se novamente úteis dentro da sociedade, sejam vistos por outros e tenham grandes oportunidades através de seu desempenho juntamente com seu time. Ou simplesmente que pratiquem a seu gosto, sentindo-se mais felizes e integradas com o mundo em que vivem.

2.1.     Basquete sobre rodas e sua história

Diversas dificuldades foram encontradas para que este desporto obtivesse um desenvolvimento razoável. Ao longo de vários anos, a modalidade nacional conheceu os reais problemas das equipes, dos dirigentes das equipes e, acima de tudo dos atletas. Contudo, a Associação Nacional de Desporto para Deficientes Motores trabalha para que a organização da modalidade possa desenvolver-se e ir além, mesmo com suas dificuldades.

A história do Desporto Adaptado, assim como o Basquete sobre Rodas não se inicia aqui no Brasil, de acordo com Lago e Amorim (2008, p.1):

As primeiras modalidades de esporte adaptado tiveram origem na Inglaterra e nos EUA. Na Inglaterra, por iniciativa do médico Ludwig Guttmann, indivíduos com lesão medular ou amputações de membros inferiores começaram a praticar esporte jogos em um hospital em Stoke Mandeville. Nos EUA por iniciativa da PVA (Paralyzed Veterans of América), veteranos acidentados principalmente durante a segunda guerra mundial, surgiram às primeiras equipes de basquetebol em cadeiras de rodas, atletismo e natação.

O médico Ludwig Guttman, teve por objetivo criar o esporte adaptado como sugestão de melhora a PCD. Confirma Rosadas apud Levandoski e Cardoso (2008, p.1):

Sir Ludwig Guttmann, neurologista e neurocirurgião alemão acreditava que o esporte possuía a formula para motivar e diminuir o tédio da vida desocupada de um deficiente físico, mas acabou descobrindo muito mais, fez como que mundo se organizasse, mostrando que todas as pessoas com algum tipo de deficiência podem praticar atividade física e esportiva.

Assim a consciência de inclusão através do desporto dava o seu primeiro passo, As conquistas que nos dias atuais possuímos estão interligadas a idealistas que acreditavam no potencial das pessoas com deficiência motora. Este incentivo tornou-se real no Brasil em meados da década de 50.

Segundo a CBBC o basquete em cadeiras de roda foi à primeira modalidade adaptada a ser praticada no Brasil, por intermédio de Sérgio Del Grande. Em 1951 ele sofreu um acidente durante uma partida de futebol, ficando paraplégico. Sua busca por tratamento nos estados Unidos levou-o a perceber o quanto era dado valor a pratica esportiva associada à reabilitação. Quando voltou ao Brasil trouxe consigo uma cadeira de rodas especial para a prática do basquete e através de seus conhecimentos e exibições do desporto fundou o clube de paraplégicos de São Paulo. (Araújo, 1998)

Complementando o relato de Levandoski e Cardoso (2008) em si o esporte paraolímpico tem início no Brasil em 1958 com a fundação do clube Otimismo no estado do Rio de Janeiro. Em São Paulo foi criado o Clube dos Paraplégicos. A primeira participação do Brasil em campeonatos acontece no Para-panamericano de 1969 em Buenos Aires. O objetivo maior naquela competição era buscar conhecimento dos esportes e integração dos atletas.

É importante salientar o fato das pessoas com necessidades especiais sofrerem pelo descaso da sociedade, mas ao realizarem uma atividade física de integração com alguém de sua mesma deficiência o olhar se torna amplo. O basquetebol vem sendo uma grande influência durante anos para esta integração.

2.2     aplicando as regras, metodologias e didática do desporto sobre rodas: o basquetebol

O Basquetebol sobre rodas pode ser praticado por ambos os sexos. Suas regras são as mesmas da Federação Internacional Basquete Amador (FIBA). Existem algumas adaptações feitas pela Federação Internacional (IWBF) e atualmente possui 57 nações filiadas.

Segundo a CPB as cadeiras devem ser padronizadas conforme a regra. A cada dois toques o jogador deve quicar a bola. As dimensões da quadra e altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico. Sua classificação é de acordo com o comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de quanto maior a deficiência maior a classe.

De acordo com a Universidade de Caxias do Sul, basicamente as regras do basquetebol sobre rodas são quase as mesmas do Basquetebol convencional. As diferenças estão nas adaptações feitas. Obrigatoriamente o jogador deverá jogar sentado na cadeira de rodas, só poderá impulsionar as rodas duas vezes antes de driblar, passar, ou arremessar a bola. Se impulsionar as rodas três vezes, incluindo o movimento do pivô, será considerado violação de percurso. A tabela é localizada na mesma altura para jogadores profissionais adultos situada a 3,05metros do chão.

Em relação à cadeira de rodas, deverá ter três ou quatro rodas, duas grandes localizadas na parte traseira e/ou duas rodas pequenas na parte da frente, os pneus traseiros devem ter um diâmetro de 71cm, e a roda deverá possuir um aro de impulsão. O jogador deverá usar uma almofada de material flexível sobre o assento da cadeira e não deve exceder de 10cm a não ser que os jogadores sejam de outra classe.

A falta técnica acontece quando o jogador mostra conduta anti-desportiva; quando elevar-se do assento da cadeira ou quando remover os pés do descanso ou usar outra parte do corpo que não sejam as mãos para obter vantagens tais como frear ou manobrar a cadeira. A cobrança de falta é de um arremesso, mais a posse de bola é do lado oposto á mesma. O capitão designa quem executará o arremesso.

No jogo de basquete é utilizada uma classificação de acordo com suas habilidades durante as apresentações, como: movimento da cadeira, driblando, passando, recebendo, arremessando e pegando um rebote.

De acordo com Courbariaux (1996) as classificações são 1.0, 2.0, 3.0, 4.0 e 4.5. Esses valores são somados dos cinco jogadores e não podem exceder a quatorze pontos. Essa “Classificação Funcional” é dividida em dois grupo A e B assim: A1=1.0 ponto, A2=2.0 ponto, B1=3.0 ponto, B2=4.0/4.5 ponto.

Os respectivos grupos se dividem assim: Grupo 1 – Classe 1.0 (sem movimentos do tronco no plano transversal). Grupo 2 – Classe 2.0 (conseguem desenvolver estabilidade ativa do tronco, paraplégicos T7 a L1). Categoria B 3.0/4.0/4.5 (são aqueles que têm a capacidade de fixar com controle a pelve). Grupo 3 – Classe 3.0 (conseguem flexão do tronco á frente e regressar á posição vertical do tronco sem apoio, paraplégico de nível L2 a L4). Grupo 4 – Classe 4.0 (Conseguem executar flexão lateral do tronco, para um dos lados e associar movimentos de abdução do quadril, lesão nível L5 ou inferior). Classe 4.5 (conseguem fazer flexão lateral do tronco para ambos os lados).

Descreve Dewell (1997) que o basquetebol sobre rodas tem se tornado um jogo cada vez mais atlético e a velocidade do jogo aumenta as tecnologias postas nas cadeiras e as habilidades dos atletas no manuseio tornam-se espetaculares. Isto torna difícil para a ação dos árbitros que têm frações de segundos para tomar a decisão. É de suma responsabilidade estudar detalhadamente as regras, tanto para árbitros, como para técnicos e jogadores.

3.     O que esperar dos resultados?

Segundo Lago e Amorim (2008) tudo esta relacionado a duas fontes essenciais que devem ser explicadas aos jogadores tal como o comportamento e orientação. Quando se pergunta aos jogadores sobre seus objetivos, são colocados: “ganhar a competição”, “vencer outra equipe” e “ser campeão nacional”, porém, é necessário lembrar os jogadores e técnicos de melhorar seus desempenhos, pois, freqüentemente jogam bem, mas acabam perdendo devido à orientação dos resultados, pois, são qualificados por nível de habilidade adversária, os árbitros, as lesões, doenças, etc.

O comportamento dos jogadores deve ser trabalhado intensamente assim como sua ansiedade e medo, portanto, não direcionar (ligar) jogador e objetivo. Separando-os é possível ter um melhor desempeno reduzindo a ansiedade e obtendo uma melhora ao grupo.

Dewell (1997) afirma que a didática utilizada para os jogos de basquete sobre rodas, deve ser dinâmica com seus jogadores e possivelmente fazer com que se desenvolvam fisicamente e construam táticas e técnicas possíveis para se obter um bom resultado.

Todo o processo de aprendizagem do basquete sobre rodas necessita do trabalho físico e mental de cada jogador. A instrução que os técnicos das equipes devem buscar é o desenvolvimento das qualificações dando ênfase em sua didática, aprimorando seus conhecimentos e também dos jogadores, mostrando extrema vontade, buscando resultados positivos para sua equipe.

4.     Os beneficios do desporto adaptado para a qualidade de vida de seus jogadores

Segundo Steinberg apud Araújo, Almeida e Itani (2004) “a prática de atividades físicas proporciona o bem-estar físico e psicológico em todas as pessoas, portadoras ou não de deficiência”. 

Os maiores benefícios que o esporte proporciona é a própria inclusão na sociedade. De acordo com Lago e Amorim (2008) os “novos“ deficientes se resguardam anos dentro de casa, sem motivação ou inconformados e sem reação diante da realidade. Então quando buscam atividade depara-se com a dura realidade do preconceito, a falta de espaços públicos e espaço para locomoção.

Infelizmente ainda vivemos na sociedade onde muitos nem se quer proporcionam bem-estar a outros que procuram, no entanto, quando se procura auxílio mediante a profissionais competentes há grandes possibilidades de desenvolvimento para a PCD em termos de qualidade de vida, desenvolvimento físico e reestruturação na sociedade. Contudo, é importante salientar que a falta de informação também pode levar á falta de oportunidades e, assim, muitos ficam sem o acesso aos profissionais que necessita.

Diante desse fato o esporte traz uma ferramenta poderosa para a reintegração da pessoa a vida social, além de proporcionar bom humor, aumentar a auto-estima, ampliando o circulo de amizades, felicidade e alegria para continuar na luta pela conquista de seu espaço.

O esporte também ensina a trabalhar em equipe, de maneira coletiva, fazendo com que a pessoa com deficiência possa ver a realidade e a possibilidade de praticar diversos esportes, como já citado anteriormente sendo: basquete, vôlei, tênis etc. Ao abraçar a prática esportiva é possível obter grande motivação para também praticar outras atividades como namorar, estudar, conhecer novos amigos.

Muitos não acreditam que há possibilidades por meio do Desporto Adaptado tanto para normais como PCD. No entanto, esse pensamento já está mudado e muito se estuda nesta área, assim afirmam Araújo, Almeida e Itani (2004, p. 1):

No meio acadêmico, atualmente, é possível detectar a iniciativa importante que vem contribuindo para a formação de massa crítica e registro da organização do Desporto Adaptado dentro de uma visão científica e suas inúmeras possibilidades a partir da prática do desporto pelas pessoas portadoras de deficiência. Iniciativas que estimularam a qualificação dos docentes para atuar junto a esta população como também na formação e produção acadêmica têm sido uma constância. O surgimento de associações científicas como a Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA) e a busca de política que assegura a regularidade desta prática por parte das Associações diretivas do Desporto Adaptado são iniciativas que têm contribuído para a efetivação desta prática no Brasil.

Concluem esta visão acreditando que o Desporto Adaptado pode trazer inúmeros benefícios para seus praticantes. Estudos são feitos, hipóteses são comprovadas e esperamos que num futuro próximo, PCDF estejam obtendo resultados espetaculares muito além de suas expectativas e qualidade de vida que possam lhes proporcionar uma inclusão dentro da sociedade da qual sempre fizeram parte ativa o passivamente.

5.     Considerações finais

Buscamos nesta reflexão mostrar o Desporto Adaptado com uma possibilidade de inclusão da PCD dentro da sociedade. Objetivamos destacar o Basquete sobre Rodas pela influência estabelecida para seus jogadores como prática dinâmica, sendo praticado por pessoas com grandes limitações motoras e por este aspecto, possibilitar, mesmo em competições, o exercício do princípio da inclusão. Apresentamos diversos esportes Adaptados onde diferentes pessoas podem se ligar ao esporte de sua preferência e utilizá-lo para melhor qualidade de vida.

Procuramos destacar as principais regras do Basquete sobre Rodas com suas Adaptações para os grupos praticantes, destacando as deficiências e os níveis possíveis para se jogar.

Salientamos os propósitos positivos de estar incluso dentro do Desporto Adaptado onde a vida profissional e a pessoal do deficiente físico podem ter uma melhora espetacular, dentro de seus relacionamentos afetivos, casuais, motivacionais etc.

Ao término desta reflexão ressaltamos ainda mais a esperança de oferecer e disponibilizar práticas desportivas através de manifestações sistêmicas que busquem romper os possíveis limites públicos ou privados ainda existentes com relação PCDF incluindo-os dentro da sociedade, conquistando futuros espaços que enfim ainda não estão disponíveis em dias atuais. 

Referências bibliográficas

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Rodrigo Franco de Camargo Fausto

Carlos Rodrigo Coelho Tavares

Rita de Fátima Silva