Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Psicomotricidade no meio aquático para bebés, crianças com e sem deficiência e jovens com deficiência

A água tem sido aproveitada recreacionalmente e também como forma de tratamento por pessoas com e sem deficiência (Willig et. al (s.d.).

Acredita-se que a experiência aquática é uma actividade bastante expressiva no desenvolvimento global de bebés e crianças, já que lhes proporcionam vivências e experiências diferenciadas das realizadas em terra (Willig et. al (s.d.).

A intervenção terapêutica no meio aquático é um modo de acompanhar o desenvolvimento global da criança com deficiência, com perturbações do desenvolvimento ou em situação de risco, particularmente no seu desenvolvimento psicomotor, perceptivo-motor, afectivo e social (Marques, 2009).

Propriedades de água

O meio aquático como todos os contextos é um espaço de ambivalência e de contradição de sensações e emoções. É um espaço de contenção, num envolvimento fluido e contínuo, que permite o abandono e a entrega a um contacto sensorial táctil e contínuo. Por outro lado, é também um espaço de aventura e exploração, reflectindo o efeito do movimento e da presença do corpo, na relação consigo próprio e com os outros (Matias, 2010).

O envolvimento aquático possui propriedades que lhe são inerentes e cujo aproveitamento tem-se revelado de grande interesse na reabilitação da pessoa com deficiência. A água provoca uma diminuição dos efeitos da força de gravidade sobre o corpo, sendo assim necessário um menor esforço ao nível muscular (Marques, 2009).

As propriedades da impulsão da água oferecem assistência (a água permite uma grande liberdade de movimentos), resistência (permite à criança controlar, corrigir ou adaptar os seus movimentos) e suporte (a criança pode aprender a sentar-se ou a andar, até mais cedo que em meio terrestre) (Marques, 2009).

Benefícios da Psicomotricidade no meio aquático

A psicomotricidade no meio aquático proporciona sensações de prazer e de bem-estar físico, emocional e social na criança (Marques, 2009).

Observam-se igualmente efeitos positivos ao nível cardíaco, respiratório, metabólico e circulatório (Marques, 2009).

Matias (2010) apresenta os benefícios da psicomotricidade no meio aquático em quatro áreas distintas.

Na área motora a psicomotricidade no meio aquático promove: o desenvolvimento do esquema corporal; o desenvolvimento de um equilíbrio muscular; o aumento do repertório motor; o desenvolvimento da coordenação geral e segmentar; o desenvolvimento simétrico dos vários eixos envolvidos no movimento; a prevenção de desvios posturais e de atrasos psicomotores, a reabilitação terapêutica e o relaxamento (Matias, 2010).

Na área emocional - social a psicomotricidade no meio aquático promove: o aumento da auto-confiança; a aprendizagem da regulação das emoções; a socialização, a comunicação entre a criança e o adulto e a exploração activa, no sentido de uma conduta mais independente (Matias, 2010).

Na área cognitiva favorece: a exploração activa; o desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas; a aprendizagem construtiva, mediada pelo adulto; a estimulação da concentração e a experimentação de novos desafios (Matias, 2010).

Por fim na área visual e auditiva a psicomotricidade no meio aquático possibilita: o desenvolvimento da sensibilidade de contraste; o desenvolvimento da capacidade de diferenciação de cores; o desenvolvimento da percepção da noção de profundidade e distância; o desenvolvimento da capacidade de localização auditiva de objectos ou acontecimentos e o desenvolvimento da discriminação das características dos sons (Matias, 2010).

Referências Bibliográficas: 

Marques, M. (2009). Programa de Intervenção Psicomotora em Meio Aquático. Centro de Apoio Pedagógico do Funchal. 

Matias, A. R. (2010). Psicomotricidade no Meio Aquático na Primeira Infância. Associação Portuguesa de Psicomotricidade. Cascais: Tuttirév Editorial.

Willing, R. M.; Palma, L. E.; Lehnhard, G. R.; Manta, S. W.; Perazzollo, L. U.; Borgmann, T. & Torres, A. P. C. (s. d.). Estimulação Essencial Motora Aquática para Bebés e Crianças com Deficiência. Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. 1-7.

in http://brincarecrescercomapsicomotricidade.blogspot.com/

 

A importância da prática desportiva para pessoas com deficiência

Dizer que a prática de esportes é muito importante para as pessoas de todas as idades é chover no molhado. Já está mais que comprovado que praticar esportes com regularidade traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental dos praticantes, além de melhorar a qualidade de vida. Para as pessoas com deficiência, praticar esportes pode representar muito mais que saúde.
 
São vários os aspectos positivos. O esporte melhora a condição cardiovascular dos praticantes, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. No aspecto social, o esporte proporciona a oportunidade de sociabilização entre pessoas com e sem deficiências, além de torná-lo mais independente no seu dia a dia. Isso sem levar em conta a percepção que a sociedade passa a ter das pessoas com deficiência, acreditando nas suas inúmeras potencialidades.
 
No aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança e a autoestima, tornando-as mais otimistas e seguras para alcançarem seus objetivos. “O esporte é muito importante para o sentimento de que tudo é possível dentro das minhas limitações e adaptações para execução daquilo que desejo fazer ou praticar”, explica Ademir Cruz de Almeida, presidente da ABDF (Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Físicos) e da WAFF (World Amputee Football Federation).
 
Patrícia Camacho (na foto acima), coordenadora de projetos da Ciedef (Associação para a Integração Esportiva do Deficiente Físico), é da mesma opinião. “Além dos ganhos físicos, a prática esportiva é uma forma de interação social, de ultrapassar limites e consequente melhora da autoestima e posicionamento da pessoa com deficiência na sociedade.”
 
Foi um pouco do que aconteceu com Ademir, que pratica esporte há 22 anos. “Além de melhorar a autoestima e a confiança em nós mesmos, o esporte traz o sentimento muito favorável de que podemos realizar muitas coisas.”
 
O presidente da ABDF conta também que já praticou natação, voleibol sentado, atletismo e, atualmente, se dedica ao futebol para amputados, que ainda não é uma modalidade paraolímpica, mas é uma prática em que o Brasil se destaca e é tetra-campeão. Sua relação com o esporte começou com um convite de um preparador físico que o estimulou a nadar. Chegou a praticar as atividades junto com pessoas sem deficiência e posteriormente resolver se dedicar ao paradesporto.
 
“Hoje, sonho que o futebol para amputados se torne paraolímpico um dia. Essa modalidade já me proporcionou vários momentos inesquecíveis na minha vida e oportunidades de crescimento cultural, social, político etc. Tudo o que tenho hoje foi graças ao paradesporto”, orgulha-se.
 
Desporto para todos?
 
Todas as práticas esportivas devem ter um acompanhamento médico. Essa é uma regra que vale para qualquer pessoa. Caso a pessoa tenha, por exemplo, alguma doença ou limitação cardíaca, respiratória ou circulatória, é fundamental que um médico avalie os riscos da prática esportiva. “É fundamental ter condições físico-motoras para desenvolver a atividade escolhida e estar sob orientação de um profissional especializado”, explica Patrícia.
 
Ademir também sugere que o interessado escolha, de acordo com as suas limitações, a atividade física que melhor pode ser desempenhada. Após estas etapas, é importante procurar os clubes, associações e academias que trabalham com a modalidade pretendida.
 
Modalidades
 
São vários os esportes praticados em todo o mundo e novidades sempre surgem nessa área. No Brasil, as mais comuns são: Natação, Atletismo, Basquete em cadeiras de roda, Voleibol sentados, Futebol de cinco, Futebol de Paralisados Cerebrais, Tênis, Tênis de mesa e Bocha. “Todos os esportes têm uma série de adaptações e regras específicas. Além disso, existem dentro das mesmas modalidades classificações funcionais, para dar condição de igualdade e competitividade”, explica Ademir.
 
Desportos  mais comuns por tipo de deficiência:
 
Pessoas com deficiência visual: atletismo, ciclismo, futebol, judô, natação, goalball, hipismo, halterofilismo e esportes de inverno.
 
Pessoas com deficiência auditiva: atletismo, basquetebol, ciclismo, futebol, handebol, natação, vôlei, natação, e muitas outras (quase as mesmas das pessoas sem deficiência, pois não existem grandes limitações dos deficientes auditivos).
 
Pessoas com deficiência física: atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação, rugby, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado e para amputados e modalidades de inverno.

Daniel Limas