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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Estratégias de intervenção pedagógica para crianças com NEE

Um dos problemas com que nós, profissionais de educação, nos confrontamos quando nos deparamos com crianças com NEE na sala de aula é, para além da necessidade de nos inteirarmos da problemática específica de cada caso, que tipo de actividades lhe poderemos proporcionar, por forma a desenvolver o seu potencial de forma inclusiva e integradora.

Nesse sentido, é essencial adequar estratégias para promover o desenvolvimento integral do aluno deficiente. Como tal, descreve-se uma série de possíveis estratégias de ensino para as diferentes áreas de intervenção, que poderão ser adaptadas de acordo com as necessidades individuais de cada aluno com NEE.
 
Estratégias para elevar a socialização
  • Facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o convívio entre os mesmos: na sala de aula, no recreio, no bar, no ginásio, etc.
  • Visitar outras escolas, assim como outros locais onde se propicie o contacto com diferentes pares.
  • Deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas.
  • Organizar actividades que desenvolvam o contacto e o convívio.
  • Integrar os alunos multideficientes nas saídas ao exterior, nomeadamente: visitas de estudo, visitas de carácter recreativo e cultural.
  • Proporcionar actividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes ambientes, tais como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, etc.
  • Ter um adulto dentro da sala de aula, a fim de facilitar a participação/interacção do aluno multideficiente no grupo.
  • Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros.
  • Realizar actividades práticas/ funcionais na comunidade, tais como: ir à biblioteca, levar uma carta ao correio, pagar a água, etc.
  • Organizar actividades em que haja a participação de diferentes adultos ou crianças nas actividades do grupo.
  • Envolver encarregados de educação e as famílias neste processo, convidando-os a organizar actividades, a colaborar no processo ensino-aprendizagem do aluno, cooperar nas deslocações, auxiliar na organização das actividades, etc.
  • Reduzir os tempos e duração de algumas actividades, de forma a aumentar o nível de participação dos alunos.
  • Construir rotinas de apoio de modo a que os colegas possam colaborar e participar na adaptação do aluno multideficiente às actividades na sala de aula.
  • Realizar intercâmbios com outras escolas, instituições e outras entidades, a fim de promover a interacção com diferentes pessoas e diferentes ambientes.
  • Utilizar os meios de comunicação pessoal para promover a socialização, como a Internet, telefone, correios, etc.
  • ...

Estratégias para desenvolver a comunicação

  • Criar actividades diversificadas que propiciem a informação e originem a necessidade de comunicar - variando os espaços, as actividades, falar de temas de acordo com os seus interesses, etc.
  • Identificar os parceiros com quem comunica através do nomes, dum gesto ou de um objecto de referência - apresentar as crianças uma às outras, colocar questões ao grupo acerca das presenças e ausências, estabelecer uma rotina clara e com consequências das acções, dizer o nome da crianças para obter a sua atenção, etc.
  • Estruturar as acções no tempo de forma sistemática - lavar as mão antes de comer, vestir o casaco antes de ir para casa, etc.
  • Organizar o calendário do tempo onde se indiquem as acções diárias e a sua sequência, utilizado desenhos, objectos e escrita, de acordo com as capacidades do aluno.
  • Utilizar switch sonoros.
  • Ter formas de comunicação variadas de acordo com as capacidades do aluno e para que todos os presentes entendam - representar a mesma actividade de diversas formas, colocar a mão da criança sobre a sua para que esta sinta o que está a realizar e se sinta motivada para imitar, etc.
  • Construir tabuleiros com diferentes texturas (para usar como calendários, por ex.).
  • Tomar atenção às formas de resposta do aluno (como: movimentos corporais, expressões, posturas, respirações, etc.).
  • Dar tempo para que a criança responda às iniciativas propostas.
  • Responder ao aluno de acordo com a situação, uma vez que determinados gestos são repetidos, mas dependendo da hora, da situação e do contexto nem sempre querem dizer o mesmo - apontar para a rua de manhã pode significar ir passear, se for ao final do dia, pode significar que está a chegar alguém para o levar a casa, por ex.
  • Diversificar os contextos e parceiros de comunicação - levá-lo à sala de aula, ao recreio, etc.
  • Levar o aluno a pedir materiais em função das actividades propostas, estimulando assim a comunicação - ao almoço não lhe dar o copo com água, não colocar o talher, etc.
  • Responder de forma positiva a todas as formas e tentativas de comunicação - incentivar, dar pistas.
  • Dar informação verbal acerca da actividade que a criança realiza, utilizando sempre a fala em conjugação com outras formas de comunicação.
  • Mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma vez que muita informação e mal estruturada podem ser motivo de confusão e mesmo de desmotivação para a criança.

Estratégias para desenvolver a autonomia

  • Promover a participação dos alunos de forma parcial, ou seja, dar a possibilidade ao aluno de realizar algumas passos da tarefa, com ou sem ajuda, na ausência da capacidade de realização da mesma.
  • Comer sozinho (ou com pouca ajuda).
  • Diversificar os ambientes de realização das tarefas.
  • Realizar as actividades de higiene, como lavar a cara, as mãos, tomar banho, lavar os dentes, fazer a barba.
  • Ter formas de comunicação que lhes permitam chamar a atenção, pedir ajuda, recusar ou pedir mais.
  • Deslocar-se com pouca ajuda em espaços da sua rotina diária.
  • Conhecer os espaços onde se desloca e move, assim como as pessoas que os compõem, com a escola, casa e comunidade.
  • Trabalhar a independência no uso da casa de banho (ser o mais independente possível e pedir ajuda quando não consegue ser autónomo).
  • Visitar espaços da comunidade envolvente a fim de os conhecer e relacionar.
  • Proporcionar actividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes ambientes, como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, ir à biblioteca, levar a carta ao correio, pagar a água.
  • Utilizar meios de comunicação pessoal para promover o desenvolvimento da autonomia, como Internet, telefone, correios, etc.

Estratégias de estimulação sensorial

  • Proporcionar área de segurannça para a aprendizagem e para a brincadeira.
  • Criar um ambiente controlado e pouco confuso onde o aluno possa aprender e concentrar-se nas actividades propostas.
  • Utlizar landmarks e cores com texturas para auxiliar a orientação e organização do aluno.
  • Arrumar os materiais e objectos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental.
  • Utilizar materiais/ objectos de diferentes texturas, tamanhos, formas, pesos, etc
  • Aplicar objectos da vida diária.
  • Usar little room ou pequenos ginásios onde o aluno possa desenvolver as suas capacidades e habilidades.
  • Empregar materiais que activem e desenvolvam os sentidos: visual, auditivo, olfactivo, táctil e gustativo do aluno (como o ouso de objectos produtores de vibrações, ressonâncias, ritmos, pesos e temperaturas para desenvolver estes sistemas sensoriais).
  • Utilizar switch sonoros.
  • Aplicar pistas sonoras e tácteis que permitam encontrar objectos ou explicação para algumas situações.
  • Usar texturas secas, húmidas e molhadas.
  • Realizar actividades de estimulação sensorial em ambientes controlados e mudá-los gradualmente para ambientes naturais.
  • Organizar actividades rotineiras a fim de proporcionar experiências sensoriais e encorajar a sua utilização em situações específicas.
  • Deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas.
  • Tocar primeiro a mão do aluno antes de apresentar o objecto.
  • Apresentar primeiro as texturas nas costas da mão do aluno e só depois na palma da mão.
  • Apresentar objectos/ materiais nas partes do corpo da criança menos sensíveis (joelhos, cotovelos e ombros).
  • Ensinar/ estimular o uso das mãos como ferramentas de exploração e experimentação.
  • Permitir que os objectos estejam ao alcance do aluno.
  • Efectuar a estimulação sensorial de forma cuidada, sistemática e gradual (para não criar confusão ao aluno).
  • Explorar objectos/ materiais em conjunto com o aluno (mostrar como se segura, utiliza e explora os objectos).
  • Ensinar/ estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros.

Estratégias para desenvolver a motricidade

  • Aplicar materiais/ objectos surpresa durante as actividades para auxiliar no desenvolvimento de skills.
  • Realizar actividades variando os espaços de realização das mesmas.
  • Aproveitar materiais/ equipamentos que permitam o trabalho de habilidades motoras, como: puxar, largar objectos.
  • Utilizar materiais estimuladores e diversificados.
  • Realizar actividades que promovam e desenvolvam a consciência do próprio corpo, a lateralidade, coordenação geral, o equilíbrio, organização do esquema corporal e organização espacial.
  • Trabalhar skills que promovam o desenvolvimento global da criança com multideficiência no sentido de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
  • Realizar actividades que auxiliem o desenvolvimento da motricidade fina e grosseira.
  • Ter em conta os posicionamentos da criança (recorrer à ajuda de um terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta, se necessário).
  • Realizar actividades de carácter individual e em grupos.
  • Planificar actividades tendo em conta as capacidades e as limitações do aluno, realizando as devidas adaptações, assim como as progressões pedagógicas.

Estratégias para desenvolver a cognição

  • Utilização do jogo como instrumento de desenvolvimento da cognição: esconder objectos pode ensinar à criança que os objectos permanecem; despejar o conteúdo de uma caixa pode aprender a relação causa-efeito; empilhar peças pode aprender a relacionar forma, tamanho, etc.
  • Utilizar as rotinas diárias significativas para a criança como momento de aprendizagem.
  • Proporcionar à criança experiências significativas, organizadas e diversificadas.
  • Proporcionar actividades onde o princípio, meio e fim sejam claros e onde ambos (aluno/ professor) possam realizá-la em conjunto.
  • Proporcionar espaços seguros para a aprendizagem e para a actividade lúdica.
  • Dar oportunidade ao aluno de experimentar várias situações onde tenha controlo sobre o seu ambiente, de forma a generalizar skills aprendidos.
  • Garantir a generalização das aprendizagens realizadas com todas as situações significativas.
  • Criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e concentrar-se nas actividades propostas.
  • Aplicar jogos/ objectos/ materiais que propiciem o desenvolvimento da cognição.
  • Definir dentro do ambiente do aluno diferentes áreas de realização de actividades.
  • Arrumar os materiais e objectos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental.
  • Utilizar materiais/ objectos de diferentes texturas, tamanhos, formas, cores, pesos, etc.
  • Deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas.
  • Permitir que os objectos/ materiais estejam ao alcance do aluno.
  • Use objectos simples de forma a facilitar a sua exploração por parte da criança e que sejam significativos para ela.
  • Garantir que a informação fornecida e as competências a desenvolver sejam úteis e contribuam para aumentar a sua independência na vida futura.
  • Motivar o aluno para a aprendizagem e saber qual o tipo de esforço mais efectivo para a criança (prémio social, comida, brinquedo preferido...).
  • Conhecer as condições para a criança aprender, assim como as estratégias que esta utiliza para explorar o seu ambiente.

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