Deficiência intelectual: Comportamento, habilidades, aprendizado e interações
A deficiência intelectual é conceituada como a insuficiência cognitiva nos aspectos sociais, mentais e de autocuidado, sendo subdividida em síndromes e transtornos, portanto, é muito peculiar explicar um único diagnóstico, comportamento, habilidades e dificuldades em relação à aprendizagem, pois, varia de acordo com a personalidade, grau de deficiência, estrutura familiar e emocional do indivíduo, bem como os aspectos financeiros e morais do meio social onde o sujeito encontra-se inserido.
Em síntese o comportamento da pessoa com DI pode variar de acordo com aspectos já supracitados acima, pois, depende muito da unicidade de cada ser, porém, há alguns considerados homogêneos, como por exemplo, o comprometimento da fala acarretando pouca comunicação, infantilização exacerbada mesmo quando jovem, falta de habilidades para relacionar-se e de autocuidado, autoestima baixa e QI inferior à média populacional.
Como percebido todas essas características influenciam diretamente em suas interações e relações com outras pessoas, contudo, isso não quer dizer que a pessoa com DI seja antissocial ou que a mesma não possa construir laços afetivos com outras pessoas. Há, por exemplo, a união estável e o casamento de pessoas com Síndrome de Down, síndrome mais perceptível e fato comum atualmente, portanto, não podemos dizer que as relações com pessoas com DI são altamente defasadas, a casos e casos, e isso depende de aspectos já mencionados.
No âmbito escolar há uma grande problemática: A inclusão. Sabe-se que incluir não é apenas colocar uma pessoa com deficiência na sociedade e na escola, mas sim, condicionar a este, para viver em todas as esferas sociais, dando-o oportunidades para florescer suas potencialidades, acarretando o seu desenvolvimento parcial e/ou integral. Diante disso, pode-se afirmar que a questão é mais ampla do que se pensa, pois, todos os setores institucionais devem passar por adequação para receber esse aluno.
A interação deste indivíduo com todos os envolvidos no âmbito escolar talvez seja o aspecto mais primordial, pois, o alvo não é ensinar ao aluno com deficiência intelectual a raiz quadrada de 863.579.000, mas sim, prepará-lo, orientá-lo, condicioná-lo para a vida e para a vida. Assim, aspectos sociais e morais devem ser prevalecidos na aprendizagem dos mesmos.
A consolidação das aprendizagens do estudante com deficiência intelectual deve ser concomitante com suas habilidades, ou seja, há uma valorização de suas habilidades com a união de componentes curriculares com os seus ajustes necessários. Se o estudante gosta de artes, porque não ensiná-lo o alfabeto utilizando cores e tintas?! Se o estudante gosta de música e dança, porque não apresentá-lo os vários ritmos e movimentos musicais, ou ir além, construir com ele instrumentos musicais utilizando materiais sucatas?! Cabe da criatividade docente a aprendizagem significativa do estudante.
Partindo desta perspectiva seleciono importantes indicadores para a ação pedagógica com alunos em situação de deficiência intelectual: Planejar atividades desafiadoras, conhecer o aluno e o contexto social em que o mesmo vive, trabalhar em coletividade em sala de aula e fora dela, prever diferentes métodos de ensino respeitando as limitações, ter clareza que o planejamento é um processo continuo e que a aprendizagem significativa para o estudante depende de sua prática como educador.
Por fim, a atenção às diferenças individuais devem ser premissas, principalmente, em toda a sociedade e não diferentemente na escola. Cada sujeito envolvido obtém conhecimentos, capacidades, interesses e motivações individualizados, portanto, a família, a sociedade e a escola devem constituir laços em busca do eixo central, a consistência na construção de uma sociedade mais quista em relação às peculiaridades da pessoa com deficiência.