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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

Educação e crise: ensino ou distância?

Os professores são essenciais ao atual estado de coisas, a escola é essencial à nossa vida democrática, mas não a podemos submergir em fetichismo e normativização digital e tecnológica que, mais do que libertar, nos aprisiona a todos.

Num desafio, é tão importante conhecer a solução como o problema. Pensar que o problema estaria na falta de computadores é redutor e desconhece o que são hoje os problemas da educação. Incentivar os municípios a adquirir computadores ou iPads, canalizando para aí recursos (com tantos docentes mal pagos), desconhece que o problema fundamental do ensino, e que o tem levado a afastar-se cada vez mais dos seus sujeitos – professores e alunos –, é de outra natureza. Não faltam computadores a muitos, e mesmo assim o seu alheamento é evidente.

A educação escolar moderna é um processo de formação humana integral que se desenvolve de maneira complexa, politécnica e omnilateral, isto é, em todas as direções (de que é exemplo o homem vitruviano de Leonardo da Vinci, envolvendo o desenvolvimento humano em todas as direcções, todas as esferas da vida). Os processos de ensino e aprendizagem exigem, pela particularidade do acto de educar, a simultaneidade (e não a sincronidade). É preciso sentido e vontade conjugados, no tempo e no espaço, de forma coletiva – sem o que “o ensino” é um feitiço, um simulacro. E não empenhará nem alunos nem professores. Pelo contrário, levará a mais abandono, desmotivação de alunos, burnout de docentes (e mesmo de alunos).