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educação diferente

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

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EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E DEFICIÊNCIA

PORTUGAL

Deficiência e actividade física

De acordo com Priestley (2003), a deficiência pode ser vista como um problema social causado por processos sociais.

As pessoas com deficiência são um grupo de risco, no que se refere à saúde mental, estando mais suscetíveis ao aparecimento de doenças, como: a depressão; ansiedade; stresse; frustrações, falta de motivação, entre outros...

Existem diversas razões para a inatividade em pessoas com deficiência, como a falta de: hábitos de prática regular de atividade física; oportunidades de prática; meios; programas adaptados às suas necessidades; profissionais habilitados; apoios financeiros; entre outros...

O bem estar psicológico pode ser influenciado pela herança genética;  experiências vividas durante a infância, estratégias de coping (esforços cognitivos/comportamentais para lidar com situações de dano, de ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma resposta automática); apoio social; comunidade e envolvimento.

A prática regular de exercício físico comporta vários benefícios psicológicos para este tipo de população, ficando mais bem preparados para suportar tensões/frustrações; melhor controlo dos níveis de ansiedade; menor suscetibilidade para a depressão e para baixos níveis de estados de humor; maior contribuição para a construção da personalidade individual.

O autoconceito, enquanto parte integrante da personalidade, influencia o comportamento. No caso particular das atividades desportivas, a perceção que os indivíduos possuem das suas capacidades é entendida como um índice para a reavaliação das suas atitudes/comportamentos face a essas atividades.

Winnick (2004) define o desporto adaptado como sendo o desporto modificado ou criado para suprir as necessidades especiais dos portadores de deficiência.

De acordo com Blinde & McClung (1997), o impacto da participação no desporto adaptado ao nível das autoperceções no domínio físico permite vivenciar o corpo de uma nova forma, aumenta as perceções em termos de atributos físicos, redefine as capacidades físicas, aumenta a confiança percecionada visando a realização de novas atividades físicas.

Nos atletas as diferenças entre géneros são bem menos frequentes e mais associadas a aspetos mais específicos da própria modalidade. Por vezes, as atletas do sexo feminino veem-se a si mesmo de uma forma mais positiva quando comparadas com os seus colegas dos sexo masculino.

De acordo com Gould e Krane (1998), a ansiedade é um estado emocional negativo, constituído por sentimentos de nervosismo, preocupação, apreensão e tensão, associados com a ativação do sistema nervoso autónomo. Para Samulski (2002), a ansiedade é uma reacção emocional provocada pela perceção de um agente de stresse podendo esse ser perigoso, potencialmente nocivo ou frustrante.

Para Moraes (1990) existem 2 tipos de ansiedade: ansiedade de traço (experiências passadas que o atleta viveu que determinam a tendência da ansiedade) e ansiedade de estado (sentimentos subjetivos entendidos como inadequados e tensão acompanhada por um aumento da ativação no sistema nervoso autónomo).

Martens et al. (1990), sugerem que a ansiedade de estado seja dividida-se em: cognitiva, somática e autoconfiança.

No que se refere à performance desportiva, a ansiedade cognitiva corresponde às expectativas negativas acerca do rendimento esperado, devendo ser vista como o indicador da perceção que o indivíduo tem em relação à situação competitiva.

Por outro lado, a autoconfiança deverá ser vista como a inexistência de ansiedade cognitiva (a ansiedade cognitiva é a falta de autoconfiança).

Podemos definir a ansiedade somática como o conjunto das modificações fisiológicas do atleta (por exemplo: impressões no estômago, suor nas mãos, aumento dos batimentos cardíacos, entre outros...).

Existe uma relação entre a performance desportiva e ansiedade - o nível ideal de ansiedade antes da competição pode contribuir para um melhor desempenho, podendo variar de acordo com o indivíduo, o contexto, o tipo de desporto, etc...

A experiência obtida em níveis competitivos mais elevados contribui para que os atletas se vejam a si mesmos de modo mais positivo.

Os atletas com deficiência apresentam um perfil semelhante ao colegas sem deficiência, os valores obtidos são mais elevados quando comparados com indivíduos sedentários com e sem deficiência .

Para além disto, existem imensos benefícios ao nível da saúde atribuídos à prática desportiva: importância para a manutenção da qualidade de vida do dia a dia; autonomia; oportunidades de interação social; veículo de enriquecimento e de aquisição pessoal e profissional.

A relação entre o autoconceito físico e a autoestima é, na maioria dos grupos estudados, negativa refletindo a pouca importância que é ainda hoje dada, na sociedade portuguesa, à pratica regular de desporto e de exercício.

 

Centro de Recursos e Formação Educação Diferente

http://forma.comunidades.net/